A professora e fundadora do Conservatório Estadual de Música de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, Marina Heleno Lorenzo Fernândez Silva, morreu aos 98 anos no último sábado (25), na cidade que escolheu amar. Familiares, amigos e alunos se despediram dela no velório realizado no auditório do Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernândez, em Montes Claros, no domingo. No mesmo dia, o corpo foi cremado em Belo Horizonte. 

Marina Heleno Lorenzo Fernândez Silva deixa um legado inestimável na história da música e das artes em Minas Gerais. Nascida no Rio de Janeiro, em 1926, ela era filha do maestro Oscar Lorenzo e cresceu rodeada por grandes influências, como Mário de Andrade e Manuel Bandeira. Adulta, tornou-se uma importante pianista e professora de piano. 

Em 1947, Marina mudou-se para Montes Claros ao se casar com o mineiro Joaquim Silva. A partir de então, adotou a cidade como lar e desempenhou um papel fundamental na implementação de projetos culturais no Norte do Estado.

Marina fundou e foi a primeira diretora da Faculdade de Educação Artística (Faceart), que hoje integra o Centro de Ciências Humanas (CCH) da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), oferecendo cursos de Artes Visuais, Música e Teatro.

Reconhecida por seu dinamismo e espírito visionário, em 1960 Marina fundou o Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernândez, que recebeu o nome de seu pai. O conservatório tem sido responsável pela capacitação e valorização de centenas de talentos artísticos e musicais, sempre inspirado pela dedicação e visão de Marina.

A Unimontes publicou uma nota de pesar lamentando a perda: "A nossa gratidão e nossas mais sinceras manifestações de sentimento à família enlutada." Marina deixa quatro filhos, Ricardo e Irene, nascidos em Belo Horizonte, e Eduardo e Antonieta,
nascidos em Montes Claros.