Dois agiotas, pai e filho, foram condenados por extorsão e agiotagem na cidade de Aimorés, no Rio Doce. As vítimas da dupla foram três empresárias da cidade. 

Segundo denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), entre 2020 e 2023, os dois homens constrangeram e ameaçaram as vítimas, com o intuito de obterem vantagem econômica indevida na prática de agiotagem com juros sobre dívidas em dinheiro superiores à taxa permitida em lei.

A investigação começou após uma das vítimas procurar a Polícia Civil para relatar as constantes ameaças de morte para pagamento da dívida decorrente da agiotagem, inclusive situações em que quase foi atropelada por um dis agiotas na intenção de intimidá-la a pagar a dívida. No decorrer da investigação, a polícia constatou as outras duas vítimas. Os suspeitos exigiam os pagamentos ilegais e abusivos, transferência de imóveis e até mesmo ameaças a uma criança de 9 anos, filha de uma delas.

Em um dos casos, por exemplo, durante cinco anos, a vítima chegou a pagar ao menos R$ 55 mil de juros em relação a uma dívida originária de R$ 5.000. Em outro empréstimo do mesmo valor, uma segunda vítima chegou a pagar mais de R$ 300 mil, no mesmo período. Após apuração preliminar, em operação conjunta com a Polícia Civil, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência dos investigados, além de mandados de prisão temporária e, posteriormente, preventiva.

Com os suspeitos foram encontrados quase 600 cheques de diversos bancos que somavam R$ 3,1 milhões, além de nove cheques apenas assinados e um nulo, no valor total de R$ 19 mil. Foram apreendidas, também 35 notas promissórias de R$ 149 mil. 

Um dos denunciados foi condenado a mais de 28 anos de prisão e, o outro, a mais de 21 anos, além de multa. A Justiça fixou regime fechado para o cumprimento inicial da pena. Eles foram condenados ainda ao pagamento de indenização mínima de R$ 7.000, solidariamente, a duas das vítimas, o que não impede as mesmas de buscar maior valor indenizatório na esfera cível.