Durante julgamento nesta quarta-feira (29 de janeiro), o homem de 25 anos que é réu por matar e esquartejar um homem em situação de rua no bairro Santo Antônio, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, deu detalhes do crime. O assassinato ocorreu no dia 1º de fevereiro de 2023 no apartamento do réu.
Inicialmente, o acusado disse que só responderia às perguntas da defesa, mas depois passou a responder às questões levantadas pela juíza Myrna Fabiana Monteiro Souto. Ele contou que seu pai o espancava e fazia terror psicológico. O homem relatou que sofreu abusos sexuais dos 6 aos 13 anos de idade cometidos pelo pai e também pela mãe.
O réu contou que tinha o hábito de “levar moradores de rua para seu apartamento para conversar e desabafar como se fossem sessões de terapia” Os encontros, segundo ele, não tinham conotação sexual. No dia do crime, ele levou uma outra pessoa em situação de rua, conversou, desabafou, e esse homem foi embora. Como ainda não se sentia bem, o réu saiu novamente e encontrou a vítima. Esse morador de rua aceitou conversar com o morador no apartamento em troca de dinheiro e de um pendrive com algumas músicas.
Durante o bate-papo, a vítima admitiu que já havia matado uma pessoa, cometido diversos roubos e furtos, além de ter estuprado uma mulher. Tudo isso teria deixado o réu apreensivo e ele passou a ser sarcástico com as histórias da vítima.
Eles discutiram e se agrediram. O réu conseguiu pegar a faca para esfaquear o homem. Mesmo após as diversas facadas, o homem em situação de rua não morreu, e eles ainda brigaram novamente. Só após dar um último golpe no coração da vítima, o réu percebeu que o rapaz parou de respirar e de se mover. Depois disso, o homem procurou atendimento médico, voltou para casa e pensou o que faria com o corpo que “já estava frio”.
O réu ainda contou que lembrou de uma serra que tinha em casa e esperou o dia seguinte para que o barulho da serra se “confundisse com os ruídos de obras na região”. Ele, então, começou a esquartejar a vítima e dispensar as partes do corpo.