A Corregedoria da Polícia Militar (PMMG) abriu, nesta quarta-feira (12 de fevereiro), um procedimento investigativo para apurar a conduta de militares que supostamente teriam recusado a registrar o boletim de ocorrência sobre o desaparecimento da adolescente Stefany Vitória Teixeira Ferreira, de 13 anos, no último domingo (9 de fevereiro), alegando que era necessário aguardar 24 horas. O corpo da menina foi encontrado em uma área de mata em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, nesta terça-feira (11 de fevereiro).
A suposta recusa dos policiais foi denunciada por vizinhos e amigos da família de Stefany Vitória. À reportagem de O TEMPO, uma amiga da família, que terá a identidade preservada, relatou que a mãe da menina contou que a PM teria pedido um prazo de 24 horas para registro de boletim de ocorrência. "Quando eu vi, falei assim: 'Gente, é a filha da Márcia costureira'. Eu liguei para ela imediatamente, perguntei o que tinha acontecido e ela falou: 'Pelo amor de Deus, me ajuda. A minha filha está sumida desde ontem (domingo) às 15h'". Perguntei por que ela ainda não havia registrado a ocorrência, e ela respondeu: 'A Polícia Militar veio aqui e falou que eu tenho que esperar 24 horas'", contou.
O caso teria sido registrado após a família ir até uma delegacia da Polícia Civil (PCMG). No local, a irmã de Stefany recebeu uma ligação de uma testemunha que afirmou ter visto um homem jogando uma menina dentro de um carro HB20. O informante também afirmou ter ligado para a PM relatando que viu um homem colocando uma menina à força dentro de um carro. No entanto, ao acionar a corporação, foi informado de que não havia nenhum comunicado sobre o desaparecimento de uma adolescente naquela região.
Em nota, a corporação informou que "durante conversa da guarnição com a genitora da menor, ela alegou que faria contato com uma amiga da filha e, caso não a localizasse, realizaria novo chamado".
A PMMG informou ainda que as guarnições do turno "mantiveram-se atentas e na coleta de informações sobre o desaparecimento da adolescente". Nesta quarta-feira, a PM informou que a Corregedoria da corporação instaurou procedimento e acompanha o caso.
Pastor confessa o crime
O pastor João das Graças confessou ter assassinado a adolescente Stefany Vitória. O crime aconteceu no domingo (9 de fevereiro), e foi registrado em boletim de ocorrência. O suspeito foi preso nessa terça-feira.
De acordo com informações fornecidas pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), testemunhas relataram ter visto Stefany entrando em um carro no dia do crime. Além disso, outra pessoa afirmou ter visto um homem agredindo uma mulher na mesma área.
Com base na placa do veículo observada por uma das testemunhas, a polícia localizou o suspeito e entrou em contato com sua esposa, que informou que ele, pastor na cidade, estava desaparecido desde o domingo — mesma data do desaparecimento de Stefany.
Com essas informações, os policiais iniciaram as buscas e conseguiram encontrar o homem na casa de sua mãe. O boletim de ocorrência relata que ele não resistiu à prisão e confessou o crime, apontando o local onde havia deixado o corpo da adolescente.
O corpo de Stefany foi encontrado em uma área de mata, na divisa entre Esmeraldas e Ribeirão das Neves, perto do bairro onde ela e o suspeito moravam. O caso continua sendo investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).