O secretário de educação de Belo Horizonte, Bruno Barral, afirmou que o cheiro forte que deixou cerca 80 alunos com dificuldade para respirar teria vindo de fora da Escola Municipal Agenor Alves de Carvalho, no bairro Nazaré, região nordeste de Belo Horizonte. Por volta das 13h desta terça (18 de fevereiro), estudantes da unidade de ensino sentiram mal-estar após inalarem algo com odor semelhante ao de spray de pimenta. Uma menina de 10 anos precisou ser socorrida para uma Unidade de Pronto-Atendimento, e já foi liberada.
“Fizeram uma verificação na escola, mas não tinha nenhum tipo de vazamento. Acreditamos que tenha sido algo no entorno, e que esse cheiro tenha se espalhado por causa do vento. É algo que ainda estamos apurando”, afirmou o secretário.
Ainda segundo o titular da pasta, o cheiro forte afetou principalmente os alunos que estavam na quadra, com alguns professores. “Eles tiveram um incômodo nos olhos e eles logo saíram deste local. Chamaram o Samu, que deu suporte aos alunos. Até conversei com a diretora, que trabalha doze anos na unidade e ela disse que foi um caso isolado”, acrescentou.
Durante o período da tarde, equipes da Polícia Militar de Minas Gerais estiveram no entorno da escola. Questionados pela reportagem de O TEMPO, os militares informaram que apuram se houve o uso de algum tipo de gás lacrimogêneo no entorno da unidade de ensino.
'Minha filha estava dentro do Samu, no oxigênio’, diz pai
O pintor Roberto Trevenzoli, de 48 anos, revelou ter ficado assustado com o ocorrido. A filha dele, de 10 anos, teve que ser socorrida para o Samu. “Cheguei na escola e tinham vários meninos deitados no pátio. Quando olhei para o lado, minha filha com oxigênio, no Samu. Foi um susto muito grande, mas ela está bem”, desabafou.
Pais preocupados
Os responsáveis pelos estudantes foram comunicados pela direção da escola sobre o ocorrido. Alguns deles optaram por buscar as crianças antes mesmo do término das aulas. “Estava saindo do trabalho quando recebi a ligação. Eles não explicaram direito o que havia acontecido, mas disseram que meus filhos estavam bem”, disse o agente metroviário Elias Figueiredo, de 31 anos, pai de dois alunos, de 7 e 8 anos.
A bancária Sara de Moura, de 29, teve que deixar o trabalho para buscar o seu filho. “A primeira informação que recebi era de que um vizinho teria colocado fogo em um mato nas proximidades. Quando cheguei aqui me falaram de vazamento na parte interna da escola. A gente está sem saber o que aconteceu, mas o meu filho está bem. Isso é o que importa”, disse.
Devido ao ocorrido, alguns alunos foram liberados das atividades escolares desta terça-feira (18). Os demais continuaram na unidade de ensino, e as aulas devem seguir normalmente durante a semana.
Nota completa da PBH
"A Secretaria Municipal de Educação (Smed) esclarece que no fim da manhã desta terça-feira (18), cerca de 80 alunos do Programa Escola Integrada (PEI) e 5 monitores da Escola Municipal Agenor Alves Carvalho, localizada no bairro Nazaré, na região Nordeste de Belo Horizonte, se encontravam em atividades na quadra da instituição, quando começaram a apresentar sintomas alérgicos após perceberem um odor forte no ambiente, possivelmente vindo de área externa.
Os sintomas observados incluíram coceira, tosse e dificuldade respiratória.
Imediatamente, a direção da escola tomou as providências necessárias, retirando os alunos da quadra e realizando os primeiros atendimentos. O SAMU, a Guarda Municipal e o Corpo de Bombeiros foram acionados. Utilizando detectores de gases, os profissionais não identificaram a presença de substâncias tóxicas no ambiente.
Duas crianças foram encaminhadas à UPA da região, apresentando sintomas de irritação nas vias respiratórias. Ambas já tiveram alta.
O secretário municipal de Educação, Bruno Barral, esteve presente na escola para verificar a situação, e conversou com as famílias e servidores".