O pastor João das Graças, de 54 anos, que confessou ter assassinado Stefany Vitória Teixeira Ferreira, de 13, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) pelos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver. Esses crimes, somados, implicam uma pena mínima de 21 anos de prisão, que pode ser aumentada devido ao uso de asfixia e ao fato de a vítima ser menor de 14 anos. Já a reclusão máxima pode chegar a até 50 anos, segundo o delegado Marcus Rios. A conclusão do inquérito foi divulgada pela instituição nesta terça-feira (25 de fevereiro). 

De acordo com o delegado Marcus Rios, da Delegacia de Homicídios de Ribeirão das Neves, o pastor, em nenhum momento, demonstrou rancor pelo assassinato, mostrando-se preocupado apenas em "ser taxado de estuprador". "Eu não vi nenhum comportamento que indicasse arrependimento por parte dele [o agressor]. Vi ele preocupado em não estar vinculado a um crime sexual, em não ser chamado de estuprador. Mas não demonstrou remorso, nem no local onde estava o corpo", afirmou Rios.

Laudo de exame de abuso sexual ainda está em confecção 

O pastor João das Graças ainda pode ser responsabilizado por outro crime de caráter sexual, caso os exames em andamento na Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) confirmem essa hipótese. Devido à complexidade da análise, o laudo ainda está em elaboração, mas o delegado Marcus Rios admite que o contexto do assassinato aponta para um perfil de abuso. 

"Ele [o pastor] foi encontrado com medicamento para disfunção erétil na carteira. Então, pode-se imaginar que ele tinha alguma intenção sexual ao portar aquele medicamento", afirmou o delegado Rios. "Uma adolescente de 13 anos dentro do veículo de um homem naquelas condições, provavelmente sob efeito de drogas ilícitas? O mais provável, a principal especulação, é que seja aquilo de pior que passa na nossa cabeça", continuou.

Relembre o crime 

Stefany Vitória, de 13 anos, foi perseguida e morta pelo pastor João das Graças, de 54 anos, que confessou o crime. A menina desapareceu no dia 9 de fevereiro, quando saiu de sua residência para ir até a casa de uma amiga, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. A adolescente tentou escapar antes de ser morta por enforcamento.

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Testemunhas disseram à família que viram o suspeito dirigindo um HB20 e entrando em uma área conhecida como Lagoa do Tejuco. “Relataram que uma pessoa, que aparentava ser jovem, pulou do carro e caiu à beira da estrada. Nas imagens feitas pelas testemunhas, é possível ver que Stefany saiu do banco traseiro. O suspeito desceu, pegou a jovem à força e a colocou de volta no veículo”, contou a delegada Ingrid Estevam.

Como Stefany era vista por familiares e amigos?

Familiares e amigos descrevem Stefany como uma menina doce, que gostava de frequentar a igreja. Ela havia se mudado para o bairro ainda na infância e era bem conhecida na região.

Qual era a reputação do pastor entre os moradores?

Testemunhas afirmam que o pastor já demonstrava comportamentos inadequados e, inclusive, era acusado de assediar meninas na área. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), no entanto, não confirmou essas denúncias. 

Como Stefany se sentia na igreja do pastor?

De acordo com a família, a jovem tinha a sensação de que algo ruim aconteceria e sofria com pesadelos constantes. Esses problemas teriam cessado após ela parar de frequentar o local.