A dona de casa Joyce Rodrigues, de 37 anos, foi surpreendida ao chegar na Escola Municipal de Ensino Infantil (EMEI) na manhã desta quinta-feira (13 de março) e descobrir que não teria aula para o filho, de 3 anos. "Tenho um compromisso agora pela manhã, vou tentar com a minha mãe para que ela fique com ele", disse a mulher na porta da unidade de ensino, localizada no bairro Carlos Prates, na região Noroeste de Belo Horizonte. Esta é uma das escolas da rede pública municipal de BH que aderiram à paralisação, parcial ou total, dos servidores da educação neste dia. A classe reivindica melhorias.

"Se a paralisação virar greve, vai ser difícil demais, já temos uma rotina, não sei como será", acrescentou a mãe. 

O impacto da paralisação também será sentido pela psicóloga Raymnara Alonso, 33, que tem duas crianças matriculadas na escola. "Para o meu filho mais velho tem aula, para a mais nova, não. Mas para ser justa, vamos todos voltar para casa", informou.

Apesar da notícia inesperada, ela afirma que a paralisação é por uma causa justa. "Claro que uma greve traria impactos para a nossa vida, mas acho que o poder público deveria olhar com atenção para as escolas", apontou.

Uma manifestação está prevista para esta manhã, na praça da Estação, no centro de Belo Horizonte, onde os servidores vão discutir sobre reajuste salarial, melhorias nas condições de trabalho, ampliação e manutenção de benefícios, estabilidade e direitos trabalhistas e valorização das carreiras.

A dona de casa Angela Pereira, que também é mãe de dois, apesar de ter recebido o comunicado pela agenda do filho, não se atentou à data da paralisação. "Fiz confusão!"

Sem conversa

Procurada, a Prefeitura de Belo Horizonte disse que ainda não recebeu as pautas das entidades sindicais, por isso, não se manifestou a respeito, e que "tão logo tome conhecimento das reivindicações, estará aberta ao processo de negociação, de forma transparente e com base no diálogo".