O inquérito da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) inocentou o empresário de 54 anos, que havia sido acusado de estuprar uma garota de programa, de 26, no bairro Sion, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Ele, no entanto, foi indiciado por lesão corporal após ter espancado a garota. O caso ocorreu no dia 16 de março, data em que ele foi preso. Conforme a PCMG, o empresário segue detido de forma preventiva.
De acordo com a delegada Larissa Mascotte, a vítima alegou, inicialmente, ter sido dopada pelo suspeito após beber duas taças de vinho. Em depoimento, ela disse que não se lembrava do que ocorreu depois de ingerir a bebida. Porém, conforme a delegada, a investigação apontou, após a realização de diversos exames periciais e análise de provas documentais, que o crime de estupro não ocorreu.
“Não haviam indícios suficientes que comprovem que a vítima estava em uma situação de ausência de capacidade de decidir acerca da relação sexual ou não. Foi feito exame técnico para avaliar se ela estava sob efeito de alguma substância sedativa e o resultado foi negativo. O exame de corpo de delito também não detectou sinais de violência sexual. As imagens de câmeras de segurança do prédio também não constataram nenhum sinal de vulnerabilidade”, destacou a delegada em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (26).
Extorsão e lesão corporal
Ainda segundo a delegada, o homem disse que a mulher tentou extorqui-lo, declarando que ele não havia pago o valor do programa — que se estendeu até a madrugada do dia 16 de março. “Eles combinaram o valor do programa por um determinado tempo e, depois, o homem optou por estender a relação por mais horas. Eles acabaram dormindo e, ao acordarem pela manhã, a mulher o acusou de não ter pago a quantia combinada entre os dois, o que gerou uma grande discussão e agressão por parte do empresário”, explicou Larissa.
A investigação apontou, porém, que o homem agrediu a garota de programa quando ela perguntou sobre o pagamento. Na ocasião, vizinhos do prédio escutaram os gritos de socorro dela e acionaram a Polícia Militar (PM). “Em depoimento ele comprovou que fez quatro pagamentos para a mulher e também apresentou provas que chamou um carro de aplicativo para ela ir embora - o que não ocorreu, já que eles dormiram juntos”, pontuou Mascotte. Indiciado por lesão corporal, o empresário pode sofrer uma pena de dois a cinco anos de prisão.