A família de Jairo Menezes Rodrigues Dias, de 23 anos, descobriu que o jovem foi esquartejado por um colega de trabalho. Os familiares buscaram por informações sobre o paradeiro do rapaz durante seis meses. Ele havia sido visto pela última vez em 26 de setembro de 2024, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, quando foi até a casa do homem apontado como um dos suspeitos do crime. Na ocasião, ele teria ido levar roupas ao conhecido. O velório e o sepultamento de Dias estão marcados para este sábado (12 de abril), em Ibirité.

Um documento ao qual O TEMPO teve acesso detalha o depoimento do tio de dois dos suspeitos do assassinato de Dias. O familiar dos envolvidos afirmou que os sobrinhos confessaram o crime, relataram que deram uma gravata na vítima, a esquartejaram usando um facão e desovaram o corpo em uma área de mata em Contagem. A motivação ainda não foi esclarecida.

O tio dos suspeitos contou que o colega de trabalho de Dias dava risada ao narrar o crime e revelou ainda a participação de um adolescente no caso. A investigação da Polícia Civil conseguiu localizar esse terceiro envolvido, que levou os policiais até o local onde o corpo do jovem foi abandonado.

"Ao chegarem no local indicado, viram que o corpo do meu filho já não estava mais lá, mas, sim, no Instituto Médico Legal (IML) desde 13 de outubro. O corpo tinha sido recolhido, pois naquele mesmo local havia ocorrido outro crime e outros policiais tinham o encontrado por lá, mas não sabiam de que caso se tratava. Nós ficamos procurando pelo Jairo por todo esse tempo, sendo que o corpo dele estava no IML. Se não fosse esse adolescente, não teria fim o nosso martírio", diz Patrícia da Silva, de 42 anos, mãe de Dias.

Patrícia conta que o filho conheceu um dos suspeitos no trabalho e que ele chegou a morar na casa da família, a pedido de Dias. "Ele me procurou contando que o colega de trabalho não tinha onde morar, então o recebemos por um tempo. Depois, um conhecido nos alertou que esse colega tinha passagens pela polícia. Então conversamos com jeitinho e ele deixou a nossa casa", conta.

A auxiliar de limpeza relata a dor de saber que o filho foi morto por alguém acolhido por sua família. "O Jairo era um rapaz de bom coração. Ele foi um menino puro e tinha o coração de uma criança. Ele não via maldade em ninguém, somente as coisas boas. Sempre quis ajudar as pessoas que encontrava pelo caminho."

O velório de Dias está marcado para começar às 15h deste sábado. "Será uma cerimônia rápida, somente para nos despedirmos. A única coisa que agora quero é justiça", desabafa Patrícia, que perdeu o único filho.

A reportagem questionou a PCMG se todos os suspeitos do crime estão presos e qual o motivo para a demora na identificação do corpo. A matéria será atualizada com o retorno.