A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu quatro vigilantes, com idades entre 33 e 48 anos, suspeitos de participar do estupro coletivo de uma psicóloga em Juiz de Fora, na região da Zona da Mata mineira. O fotógrafo, de 21, suspeito de envolvimento no crime está foragido. Ele chegou a se apresentar na delegacia na última quinta-feira (10 de abril), mas não foi preso. Depois, um mandado de prisão em desvavor do investigado foi emitido e, por isso, ele é considerado foragido. O crime, ocorrido no dia 7 de abril, ainda é investigado.
De acordo com a delegada Flávia Granado, responsável pela investigação, os quatro vigilantes irão ficar presos por 30 dias e o prazo poderá ser ampliado pelo mesmo período. "Não fizemos a prisão em flagrante dos cinco suspeitos, pois a vítima demorou um certo tempo para levar o caso até a delegacia. Mas colhemos os primeiros elementos de prova e, a partir deles, vamos procurar entender tudo o que ocorreu. A vítima e as testemunhas foram ouvidas e fizemos as oitivas", disse em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (14).
Como informado por O TEMPO, o fotógrafo esteve na delegacia na última quinta-feira (10) acompanhado de advogados de defesa. Ele teria negado o estupro e disse que a relação com a vítima teve o consentimento. O suspeito teria apresentado gravações indicando que a mulher teria aceitado. No entanto, conforme relato da vítima no boletim de ocorrência, ela estava "fragilizada" por causa do consumo de bebidas alcoólicas em uma festa na noite que antecedeu o crime.
"O fotógrafo pode responder (criminalmente) por gravar conteúdo íntimo sem a autorização da pessoa. Se confirmado, ele pode ser condenado por esse crime também. Esse material está sob sigilo, e estamos verificando a autenticidade dele, como as condições da vítima", acrescentou a delegada.
Ainda segundo Granado, a polícia apura de forma individualizada a participação de cada um dos suspeitos no crime. "Um dos vigilantes, por exemplo, autorizou a entrada do fotógrafo. Temos que verificar até onde ele participou. Outros ficaram por cerca de uma hora na casa da vítima. Se eles não puderem declarar o que estavam fazendo lá, vamos considerar a palavra da vítima, além das provas das câmeras e pericial", afirmou.
O crime
De acordo com o boletim de ocorrência, registrado pela Polícia Militar (PMMG), o crime ocorreu na segunda-feira (7 de abril), no apartamento da vítima, para onde ela foi levada após participar de uma festa em uma casa noturna da cidade. A mulher e outras duas amigas haviam consumido bebidas alcóolicas e, sem condições de dirigir, aceitaram carona de um fotógrafo que havia se oferecido para levá-las para a casa.
Ainda segundo o documento policial, durante o caminho para a residência, a vítima ligou para um amigo dizendo que não se sentia bem. O homem foi até o apartamento dela, encontrou com o fotógrafo e agradeceu pela ajuda. Em seguida, o amigo da vítima solicitou um carro do serviço de caronas por aplicativo para levar o homem até a casa noturna onde ele estava.
O amigo da psicóloga, conforme o boletim de ocorrência, colocou a mulher e uma amiga dela para descansar em um dos quartos do apartamento, e levou a outra para a casa dela. Pouco tempo depois, a psicóloga ligou para a polícia informando que havia sido estuprada por cinco homens. Os militares verificaram as câmeras de segurança do condomínio e verificaram que o fotógrafo havia retornado em um outro veículo ao apartamento da vítima.
As imagens, de acordo com o documento policial, mostram o homem acompanhado de quatro vigilantes do condomínio. O fotógrafo pulou o muro para acessar a casa, enquanto um dos vigilantes entrou na residência com o auxílio de uma escada. Os outros três homens conseguiram acessar o local pela porta da frente. Ainda segundo o boletim de ocorrência, eles permaneceram cerca de duas horas no imóvel.
Após o relato aos policiais, a vítima foi levada ao Hospital de Pronto Socorro de Juiz de Fora. Uma médica confirmou que a mulher teve relações sexuais recentemente. O caso foi encaminhado para a Polícia Civil, que investiga o caso.