A Elisa Aparecida, de 4 anos, nasceu com Mielomeningocele, uma má formação na medula que pode evoluir para deformidades dos pés ao longo do crescimento. Ela passou por uma série de procedimentos, como cirurgia, manipulações e agora, vai receber uma órtese do banco Pezinhos do Baleia, inaugurado no final do mês de março no Hospital da Baleia, na região Leste de Belo Horizonte, e que vai ser uma referência no tratamento de Pé Torto no Estado.

"Estávamos pesquisando, fazendo orçamentos das peças, até que recebemos a notícia do banco. É muito gratificante para nós poder contar com esse serviço", disse a mãe da paciente, Josiane Aparecida da Silva.

Mãe e filha foram nesta terça-feira (15 de abril) colocar a órtese que a menina deverá usar por, no mínimo, 23 horas por dia, por cerca de três meses. Depois, vai reduzindo o tempo com o aparelho, até completar dois anos de terapia.

"O tratamento para o pé torto consiste em fazer o método Ponseti, que é o uso de gesso para manipular e estabilizar os pés, por uma semana. Esta etapa dura de quatro a seis semanas. Depois, é feita uma cirurgia no tendão de Aquiles, e, na sequência, inicia-se o tratamento com a órtese, que vai até 4 anos de idade”, detalhou a coordenadora do ambulatório de pé torto congênito, Mônica Ferreira.

Segundo a coordenadora, existem 20 bancos no país, sendo três em Minas Gerais: Nova Iguaçu, Alfenas e Belo Horizonte. Outros dois devem ser inaugurados em breve em Uberlândia e Uberaba.

“Estima-se que nasçam cerca de 400 crianças com pé torto em Minas Gerais ao ano, e aqui, no Baleia, atendemos entre 60 a 70 delas, que incluem crianças com doenças associadas. Ter o banco é mais qualidade para os pacientes e garantia de que as famílias vão continuar o tratamento, já que, em média, cada órtese custa R$ 400”, completou.

Os pacientes que são encaminhados ao hospital vão receber a órtese, que consiste em um par de botas de couro ligadas por uma barra de ferro, mantendo o pé do paciente em rotação externa, do tamanho equivalente ao pé da criança. A medida que a criança for crescendo, a peça deverá ser devolvida e trocada por uma maior.

“Recebemos 100 peças e vamos receber mais 40. As doações vieram por uma rotary internacional, que, além das órteses, também doou a plotagem do nosso espaço e vai manter a manutenção das peças”, finalizou.

O banco também receberá doações de órteses de terceiros. Interessados pode levar o equipamento diretamente no banco Pezinhos do Baleia, que fica no segundo andar do prédio Antônio Mourão, no Hospital da Baleia, no bairro Saudade, região Leste de Belo Horizonte, através de agendamento pelo telefone (31) 9 9938-4822.