Cinco dias após a morte do papa Francisco, o pontífice foi sepultado na manhã deste sábado (26 de abril), em uma cerimônia privada na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. Para os fiéis de Belo Horizonte que queriam prestar homenagens, a Igreja da Pampulha foi a oportunidade de se despedir do pontífice. A missa, marcada por simbolismos, homenageou o Papa, que teve o seu pontificado conhecido pela humildade.
A celebração começou às 12h, no Santuário Arquidiocesano de São Francisco de Assis, mais conhecido como Igreja da Pampulha. “Realizar essa missa em homenagem é, primeiro, para agradecer a Deus pelos 12 anos de pontificado do Papa Francisco. Isso é central”, explicou o padre Elias Souza, reitor do Santuário e celebrante da missa.
“E também para entregar o papa Francisco nas mãos de Deus, confiando que, a partir de agora, é ele [o Papa Francisco], que tantas vezes nos pediu orações, quem rezará por nós", completou.
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Uma celebração cercada de simbolismos
A igreja escolhida para a celebração carrega o nome do santo que inspirou o pontífice. O Papa Francisco adotou esse nome porque, assim como São Francisco de Assis, queria voltar seu olhar aos pobres e necessitados durante o seu papado.
Durante a missa, 12 fiéis, representando os 12 anos de pontificado, chamados à frente carregando cartazes com frases ditas pelo Papa. O padre Elias e a comunidade relembraram mensagens como: “Se o mal é contagioso, o bem também é. Deixemo-nos contagiar”, “A Igreja Católica deve ser como um hospital de campanha após a batalha”, “A família é a célula fundamental da sociedade”, “Deus não é um ser distante, é um Pai que nos ama” e “A Igreja é uma mãe que acolhe e abraça”.
Antes do início da celebração, uma imagem do Papa Francisco foi colocada em frente à igreja, visível para quem passava pelo ponto turístico da cidade. Muitos fiéis pararam por alguns segundos ao notar a foto do papa. Alguns se emocionaram, outros fizeram o sinal da cruz.
Essa mesma imagem foi posteriormente levada para dentro da igreja. Diante dela, foram colocadas 12 rosas, também representando os 12 anos de pontificado, formando um pequeno altar. Durante a missa, o padre Elias beijou a foto do Papa. Após a celebração, vários fiéis se aproximaram do altar montado para fazer suas preces e se despedir.
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'Papa era exemplo para todas as religiões'
Não foram apenas fiéis católicos que participaram da missa em homenagem ao papa Francisco. Cleonice Paixão Crispim, de 62 anos, é kardecista, mas se organizou para comparecer à celebração. Ela saiu cedo do bairro Piratininga, pegou o ônibus e desceu na Igreja da Pampulha. O amor do Papa pela humanidade foi o que a motivou.
“Deus não tem religião. Deus é amor ao próximo, não tem igreja. A gente vê que uma pessoa realmente está seguindo os caminhos de Jesus quando faz o certo. Eu vim com prazer, fiquei emocionada, porque ele é um exemplo a ser seguido, um exemplo para todos nós”, afirmou.
Ao final da missa, Cleonice saiu com lágrimas nos olhos, mas com o coração cheio de esperança de que o amor, a humildade e o exemplo deixado por Francisco ainda farão muito bem ao mundo.
“A gente vai pensar nos mais humildes, nas pessoas que não têm saúde ou comida, que não têm como buscar ajuda. E eu tenho certeza que muitos governantes e outras pessoas, com certeza, através desse Papa, se Deus quiser, vão se sensibilizar”, destacou.