A invasão de criminosos encapuzados e armados com fuzis e explosivos à cidade de Guaxupé, no Sul de Minas Gerais, na madrugada desta terça-feira (8 de abril), deixou os moradores aterrorizados. Os suspeitos — pelo menos 15 envolvidos — ainda não foram identificados ou presos. Para enfrentar a sensação de insegurança, o prefeito Jarbas Corrêa Filho anunciou, durante coletiva de imprensa nesta tarde, que está priorizando a implementação do sistema "Olho Vivo", um conjunto de câmeras de videomonitoramento operado em parceria com a Polícia Militar.
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"Nós vamos implantar o projeto Olho Vivo e vamos dar ênfase a ele não só na cidade, mas também na zona rural. Não serão medidos esforços nem orçamento para que isso se torne realidade em muito pouco tempo. A segurança é primordial para nós", afirmou o prefeito Jarbas.
A expectativa, nesse caso, é que as câmeras de segurança monitorem a movimentação nas ruas e avenidas de Guaxupé, assim como nas áreas rurais, durante 24 horas por dia. O secretário de Segurança Pública e Defesa Social do município, Gustavo Amidani Calil, informou que os contatos com empresas que oferecem o serviço de monitoramento já foram iniciados. O início da implementação do projeto, no entanto, ainda não tem prazo.
"Estive em cidades que já utilizam esse tipo de sistema. Em Americana (SP), por exemplo, eles têm uma 'muralha digital'. Também estive em São Paulo, capital, que é o maior centro com essa tecnologia. Nesta semana, fizemos contato com o Olho Vivo. Posso confirmar que, em breve, vamos implantar o sistema de câmeras, o que vai facilitar o trabalho das forças de segurança", afirmou Gustavo Amidani Calil.
"Não estamos desprovidos de segurança", garante prefeito
O prefeito de Guaxupé, Jarbas Corrêa Filho, conhecido como Jarbinhas, negou que o ataque do 'Novo Cangaço' esteja relacionado à fragilidade da segurança pública no município. Apesar de o capitão Claudiano Pierry, da 79ª Companhia, admitir um déficit de policiais, o Executivo defende que a articulação entre as forças de segurança supre toda a demanda local.
"Foi um ato de terrorismo, mas não estamos desprovidos de segurança pública. O BOPE está aqui, a Polícia Federal, Militar, Civil. Os suspeitos serão presos, e a população está segura neste momento. Estamos com mais de 40 veículos rondando a cidade, rumo à volta da tranquilidade", cravou.
As forças de segurança municipais e estaduais empenhadas na prisão e investigação do “Novo Cangaço” em Guaxupé informaram que, até o momento, nenhuma prisão foi realizada. O número de envolvidos também não está fechado: foram analisados ao menos 15 encapuzados, mas o grupo pode ser muito maior.
Além disso, ainda não foi possível identificar se houve roubo de valores e qual a quantidade levada. Segundo o delegado Marcos Pimenta, essas informações serão disponibilizadas com o avanço da apuração do crime.
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Imagens, que circularam nas redes sociais, registraram a ação do grupo criminoso, que cercou parte da cidade e atirou várias vezes. Nos vídeos, é possível escutar o estrondo dos disparos, que ecoou por diversas regiões da cidade. “Guaxupé foi atacada por essas quadrilhas de roubos a banco. Que noite terrível! Acordaram a cidade inteira com os tiros e explosões”, publicou uma moradora nas redes sociais.
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Conforme apurou a reportagem, os tiros atingiram a sede da 79ª Cia da Polícia Militar, que ficou destruída. Os vidros foram danificados e os estilhaços acertaram um militar. Durante a ação, os criminosos espalharam "miguelitos" pelas ruas e avenidas com o objetivo de impedir a perseguição policial.
Os criminosos fugiram em cinco veículos estilo SUV. O destino, conforme apurado pelas forças de segurança, seria a zona rural da cidade. A Polícia Militar informou que "segue em diligências de rastreamento para prisão dos envolvidos, inclusive com reforço de policiais militares da 18ª Região de Polícia Militar, do Comando de Missões Especiais, por meio do BOPE, e do Comando de Aviação do Estado".