As forças de segurança de Minas Gerais estão correndo contra o tempo para identificar e prender o maior número possível de suspeitos envolvidos no roubo a banco no estilo “Novo Cangaço”, registrado na madrugada desta terça-feira (8 de abril), em Guaxupé, no Sul do Estado. Enquanto a perícia da Polícia Civil recolhe possíveis vestígios de DNA deixados pelos criminosos, mais de 100 agentes da Polícia Militar estão mobilizados com o objetivo de frustrar a fuga dos suspeitos — inclusive para outro Estado. Em coletiva de imprensa nesta tarde, foi levantada a hipótese de que os criminosos possam ter escapado por rotas de fuga entre o Sul de Minas e o Estado de São Paulo.
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De acordo com o delegado regional da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), Marcos Pimenta, todos os cinco veículos do tipo SUV usados pela quadrilha — a princípio, todos eles, clonados — foram abandonados em áreas limítrofes com o Estado de São Paulo. "Ainda não sabemos se foram utilizados outros veículos, mas esses cinco estavam, em tese, se deslocando na direção de São Paulo. São rotas já conhecidas, que saem do Sul de Minas e podem levar até Ribeirão Preto, Franca, Campinas, Guarulhos, Santos...", afirmou.
O delegado reforçou, no entanto, que se trata de uma hipótese que será testada por meio do trabalho da perícia e das diligências dos demais agentes de segurança. "Ainda é prematuro afirmar essa conexão", acrescentou.
O representante da Polícia Militar (PM), capitão Claudiano Pierry, da 79ª Companhia, explicou que, para frustrar a fuga dos suspeitos encapuzados que invadiram a cidade de Guaxupé, foi montada uma operação com patrulhamento aéreo e terrestre. Segundo ele, duas aeronaves estão sobrevoando, inclusive, áreas do Estado de São Paulo.
"Além disso, contamos com patrulhamento por drones, e equipes da Polícia Rodoviária, Polícia Ambiental e do batalhão da região — incluindo militares convocados durante a folga — estão atuando em terra. Não serão medidos esforços para que os suspeitos sejam responsabilizados", afirmou.
As forças de segurança municipais e estaduais empenhadas na prisão e investigação do “Novo Cangaço” em Guaxupé informaram que, até o momento, nenhuma prisão foi realizada. O número de envolvidos também não está fechado: foram analisados ao menos 15 encapuzados, mas o grupo pode ser muito maior.
Além disso, ainda não foi possível identificar se houve roubo de valores e qual a quantidade levada. Segundo o delegado Marcos Pimenta, essas informações serão disponibilizadas com o avanço da apuração do crime.
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Imagens, que circularam nas redes sociais, registraram a ação do grupo criminoso, que cercou parte da cidade e atirou várias vezes. Nos vídeos, é possível escutar o estrondo dos disparos, que ecoou por diversas regiões da cidade. “Guaxupé foi atacada por essas quadrilhas de roubos a banco. Que noite terrível! Acordaram a cidade inteira com os tiros e explosões”, publicou uma moradora nas redes sociais.
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Conforme apurou a reportagem, os tiros atingiram a sede da 79ª Cia da Polícia Militar, que ficou destruída. Os vidros foram danificados e os estilhaços acertaram um militar. Durante a ação, os criminosos espalharam "miguelitos" pelas ruas e avenidas com o objetivo de impedir a perseguição policial.
Os criminosos fugiram em cinco veículos estilo SUV. O destino, conforme apurado pelas forças de segurança, seria a zona rural da cidade. A Polícia Militar informou que "segue em diligências de rastreamento para prisão dos envolvidos, inclusive com reforço de policiais militares da 18ª Região de Polícia Militar, do Comando de Missões Especiais, por meio do BOPE, e do Comando de Aviação do Estado".