O motorista do ônibus que tombou e causou a morte de 11 pessoas na MG-223, em Araguari, no Triângulo Mineiro, na madrugada da última terça-feira (8 de abril), alegou que teria visto um "vulto" antes de perder o controle do veículo. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (9) durante coletiva de imprensa da Polícia Civil.
De acordo com o delegado regional de Araguari, Luciano Alves dos Santos, a instituição ainda não entrará em detalhes acerca da causa do acidente, que será divulgada após a conclusão do inquérito. "O que ele (motorista) disse foi que viu um reflexo, um vulto, e perdeu o controle do ônibus. Freou e perdeu o controle. Ele tem 58 anos e é motorista há mais de 30", detalhou o policial.
Ainda conforme o policial, o condutor do veículo estava há 4 anos na empresa proprietária do coletivo. "Ele fazia essa rota semanalmente, conhecia bem. O motorista disse que nunca se envolveu em acidente grave até então", completou Santos. "A Polícia Civil já produziu muita prova, testemunhal, pericial e outras provas objetivas. Mas só vamos dar detalhes após a conclusão das investigações, pois ainda estamos em busca de mais provas", concluiu.
O Corpo de Bombeiros, que inicialmente atendeu à ocorrência, disse que o veículo saiu de Goiânia (GO) com destino à Ribeirão Preto (SP) levando 45 passageiros, além do motorista. O acidente teria acontecido próximo ao trevo de Queixinho, por volta de 03h40. Informações apontam que o motorista teria perdido o controle da direção do coletivo, atravessando o canteiro central que liga as rodovias MG-423 e a MG-413 e capotando na alça de acesso.
Maior parte das vítimas ficou presa sob o ônibus
Segundo o perito da Polícia Civil Daniel Luíz de Souza, deu detalhes do cenário encontrado no local. Segundo ele, os corpos sofreram ferimentos "lastimáveis", o que dificultou, inclusive, a identificação, que precisou ser feita principalmente por meio das digitais. Ainda conforme o agente, a maior parte das pessoas que morreram no acidente acabaram ficando presas sob o veículo.
"Teve corpo ejetado para fora do veículo? Teve. Mas, na verdade, a maioria estava sob o coletivo. Digamos que cerca de nove das vítimas estavam em baixo. Tentamos levantar a traseira do ônibus e não foi possível acessar as vítimas. Para isso, tivemos que destombar o coletivo, colocar na posição correta, para acessar os corpos", disse o perito criminal.
Oito vítimas já foram identificadas
Ainda de acordo com o delegado Luciano Alves dos Santos, menos de 24 após o acidente, oito das 11 pessoas que morreram na tragédia já foram identificadas pela Polícia Civil, sendo cinco delas por meio de impressões digitais e outras três pelo reconhecimento da família.
"As outras três vítimas a gente aguarda a confirmação por outros institutos de identificação, de Goiás e São Paulo", concluiu.
Dos nove pacientes encaminhados ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), segundo a assessoria de imprensa da unidade de saúde, um veio a óbito, três receberam alta e cinco permanecem internados. Além disso, também segue na unidade um bebê que nasceu de uma das pacientes do acidente, que estava gestante.