A Prefeitura de Belo Horizonte implantou, neste mês de maio, os dois primeiros jardins de chuva no hipercentro da capital. Os novos espaços estão localizados na rua Rio de Janeiro, entre as ruas dos Tupis e dos Goitacazes, e na praça Afonso Arinos. O objetivo é melhorar a infiltração da água da chuva, contribuindo para a prevenção de enchentes e para a melhoria do paisagismo urbano.

Com essas novas unidades, BH passa a contar com 66 jardins de chuva distribuídos por diferentes regiões. A maioria está concentrada na região Norte, em áreas próximas às bacias dos córregos Nado e Vilarinho, como parte de uma estratégia de prevenção a alagamentos. Outros espaços semelhantes já funcionam em parques e praças das regiões Leste, Pampulha e Centro-Sul. A expectativa da administração municipal é entregar mais 40 estruturas desse tipo até o final de 2026.

Os jardins de chuva funcionam de forma diferente dos convencionais. O solo é preparado com camadas porosas, como brita, para permitir a retenção e a infiltração da água. Além disso, as plantas utilizadas são selecionadas por sua resistência a períodos alternados de seca e excesso de umidade, contribuindo para a melhoria da qualidade da água infiltrada no solo.

Além das obras públicas, a prefeitura também lançou, em 2024, o programa Adote um Jardim de Chuva, que permite a moradores vizinhos às estruturas assumirem sua manutenção em troca de desconto no IPTU. O benefício é de até 10% no imposto anual, limitado a R$ 2 mil por imóvel. O cidadão interessado precisa formalizar a adoção no Portal de Serviços da PBH e se comprometer a cuidar do espaço, incluindo tarefas como limpeza, rega, poda e reposição de plantas.

Apesar da relevância ambiental, a presença dos jardins ainda passa despercebida por parte da população. No ponto de ônibus ao lado da praça Afonso Arinos, Eduarda Silva, de 26 anos, afirmou que não havia notado a estrutura. “Achei que era só mais um jardim comum, como tem em toda praça. Não sabia que tinha essa função. Mas acho interessante, porque tudo o que ajuda a evitar enchente é bem-vindo. Se tiver mais disso pela cidade, pode fazer diferença.”

Para Raquel de Matos, de 30 anos, a proposta também soa positiva. “Não conhecia esse tipo de jardim, mas acho que pode ser útil. A gente tem muita enchente em BH, então qualquer medida preventiva ajuda”, disse. Questionada sobre o verde na cidade, ela opinou: “Acho que BH é arborizada, mas dá para melhorar.”

Os dois jardins integram o programa Centro de Todo Mundo, criado pela PBH com o objetivo de revitalizar o hipercentro.