Comerciantes e moradores do Taquaril, região Leste de Belo Horizonte, têm sido vítimas de um golpe que exige o pagamento de uma "taxa" em nome de uma das duas facções criminosas mais poderosas do Brasil: o Primeiro Comando da Capital (PCC) . Apenas nos últimos quatro dias, a Polícia Militar (PM) recebeu ao menos 30 denúncias desse tipo de crime na região.

O capitão Breno Sales, do 22º Batalhão, esclarece que não há nenhuma relação dos golpes com o crime organizado. Ele também nega qualquer domínio da região por parte de traficantes. “É uma situação falaciosa. Não temos confirmação de que o Comando Vermelho ou o PCC dominam algum território”, destaca.

O golpe ocorre da seguinte forma: os criminosos ligam para os comerciantes ou moradores e se passam por membros de facções criminosas. Em seguida, pedem transferências financeiras via PIX. Completam o golpe com ameaças: dizem que vão visitar a casa de quem não contribuir.

Denuncie

Ao ser vítima do golpe, os moradores devem entrar em contato com a Polícia Militar e reportar o fato, informando também o número usado pelos criminosos. Segundo o capitão Sales, a comunicação do crime é fundamental para as autoridades conseguirem ter uma base de dados de golpes similares.

Além disso, o militar destaca outras medidas de segurança. “Não informe dados pessoais, não realize nenhum tipo de pagamento e não parta para o enfrentamento por telefone. Apenas desligue a ligação ou bloqueie o contato no WhatsApp. Em seguida, informe a Polícia Militar”, completa.

Avanço do crime organizado 

Apesar do empenho dos militares em promover segurança na região, os moradores do Taquaril têm presenciado aumento da tensão pelas disputas envolvendo as duas facções: CV e PCC. 

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Na noite da última quinta-feira (1º de maio), dois membros do CV morreram após tiroteio com a Polícia Militar (PM) no momento em que se preparavam para executar um rival na divisa entre o Taquaril e o bairro Castanheiras, no que a corporação chamou de uma tentativa de assumir o tráfico de drogas na região. 

O capitão Breno Sales reforça que a presença de integrantes dessas facções não significa que a região esteja sob o controle delas. "Não estou dizendo que não haja membros desses grupos. O que quero destacar é que, além da autointitulação, há uma grande diferença entre isso e o efetivo domínio territorial", explicou.