Quatro membros de uma gangue envolvida em furtos de gado e de leite em Campina Verde, no Triângulo Mineiro, foram indiciados pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). Os homens, que possuem 20, 36, 41 e 58 anos, foram investigados por crimes contra a ordem tributária, associação criminosa, furto qualificado, lavagem de capitais e falsidade ideológica. A instituição aponta que as vítimas desse grupo criminoso tenham tido prejuízo superior a R$ 300 mil.
Conforme a PCMG, o investigado de 41 anos, que é considerado o principal articulador do grupo criminoso, foi preso preventivamente durante as investigações, com o apoio da Polícia Militar (PMMG) em Uberlândia, a 156 quilômetros de Campina Verde. Durante as investigações, os policiais civis recuperaram 47 cabeças de gado que haviam sido furtadas e também fez uma representação pelo furto de uma motocicleta e de um carro, avaliado em R$ 153 mil.
Pai e filho atuavam em esquema criminoso
A PCMG iniciou as investigações após denúncias registradas em novembro de 2024 e maio de 2025, referentes a furtos em propriedades rurais na região de Campina Verde. "Por meio de levantamentos, a Polícia Civil identificou que o homem de 41 anos, funcionário de confiança de produtores rurais, articulava subtrações sistemáticas de leite e semoventes, valendo-se do conhecimento das rotinas internas das fazendas", apontou a Polícia Civil.
O esquema criminoso também contava com o auxílio do filho do investigado — um jovem de 20 anos —, responsável pela emissão das Guias de Trânsito Animal (GTAs) e notas fiscais com dados ideologicamente falsos. Conforme as apurações, o leite furtado era comercializado com notas fiscais emitidas em nome de terceiros e entregue a uma indústria local como se fosse produção regular.
Produção leiteira diminuiu 12 mil litros em uma das fazendas
A PCMG constatou que houve uma uma expressiva redução da produção leiteira em uma das fazendas, com queda de mais de 12 mil litros por mês. As autoridades policiais identificaram diversos pontos de apoio logístico para ocultação e escoamento do leite desviado, inclusive tanques clandestinos e rotas alternativas para transporte dos produtos.
"Quanto ao gado furtado, a polícia apurou que os animais eram transferidos de forma oculta para fazendas vizinhas e, posteriormente, revendidos em leilões com apoio de revendedores, como o suspeito de 58 anos, indiciado nos autos policiais. As investigações apontaram que ele teria obtido, em pouco tempo, lucros vultosos", acrescentou a Polícia Civil.