A mineira Carolina Arruda, de 27 anos, que convive há 11 anos com neuralgia do trigêmeo, um distúrbio que provoca uma dor considerada “a pior do mundo”, será colocada em coma induzido para tentar aliviar o sofrimento contínuo causado pela doença. O tratamento está marcado para o dia 13 de agosto, na Santa Casa de Alfenas, no Sul de Minas Gerais. A informação foi divulgada pela própria jovem em suas redes sociais.
Em seu perfil no Instagram, Carolina explicou que será entubada, sedada e mantida por aparelhos por até cinco dias. A proposta do tratamento é tentar "desligar" e "reiniciar" o cérebro, na esperança de reduzir as crises provocadas pela neuralgia.
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"Vou ficar sem tomar nenhum remédio durante o coma. A esperança é que, quando eu acordar, meu cérebro volte a aceitar os medicamentos. Mas nem os médicos sabem se isso vai acontecer, ou se vou melhorar ao menos um pouquinho", relatou.
Carolina afirma que a medida é extrema, mas a única alternativa diante da dor que chama de "tortura invisível". "Essa vai ser uma medida paliativa tentada pelos médicos porque não há mais o que fazer. É um jeito desesperado de tentar desligar e religar meu cérebro. Já fiz seis cirurgias no nervo do osso e nenhuma funcionou. A dor continua implacável todos os dias, o dia inteiro, sem parar por um segundo", desabafou.
Apesar da falta de garantias quanto aos resultados, ela diz que qualquer chance de alívio é válida. "É cruel demais ter que aceitar ser colocada em coma só pra tentar escapar desse sofrimento por alguns dias, mas, quando se vive com uma dor que nunca desliga, qualquer chance de paz já parece um alívio. Mesmo que seja assim: apagando tudo por um tempo", concluiu.
Entenda: neuralgia do trigêmeo
De acordo com informações do Hospital Albert Einstein, a neuralgia do trigêmeo provoca uma dor intensa na região do rosto, por onde passa o nervo trigêmeo, responsável pelas sensações tátil, térmica e dolorosa da face. A dor pode ocorrer diversas vezes ao dia, com intervalos irregulares.
A condição é considerada uma das mais raras e cruéis do mundo. A literatura médica aponta que menos de 0,3% da população sofre com a enfermidade. No caso de Carolina, a dor atinge os dois lados do rosto, em forma de pontadas ou choques, quadro ainda mais raro. Ao longo dos anos, a estudante já passou por seis cirurgias, consultou-se com 70 médicos e testou mais de 50 medicamentos.