A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Onça deve ter a capacidade de operação ampliada em 50% até 2028 e se tornar a principal unidade do tipo em Minas Gerais. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (23 de junho) pelo governador em exercício, Mateus Simões (Novo), durante o lançamento do edital da obra, que terá investimento de R$ 1 bilhão por parte da Copasa. Além disso, a obra promete solucionar uma das principais reclamações dos moradores do entorno: o mau cheiro gerado durante o processo de tratamento.
Atualmente, a ETE Onça atende 1,5 milhão de pessoas, representando mais da metade da população de Belo Horizonte e de Contagem. Segundo a Copasa, a capacidade de vazão da estação vai passar dos atuais 1.800 litros por segundo para 2.700 litros por segundo. O aumento de 900 litros por segundo representa um crescimento de 50% no volume de esgoto tratado diariamente. A partir disso, o número de pessoas atendidas deve superar 2 milhões.
O contrato tem duração total de 72 meses, divididos em duas etapas de obras. Primeiro, será feita a ampliação e o retrofit. Em seguida, a empresa responsável ficará com mais 36 meses de operação e manutenção. “[Publicado o edital,] esperamos ter a empresa escolhida dentro de 90 dias. A meta é iniciar a obra antes do final deste ano", afirmou Simões. Ele garantiu que a estação continuará funcionando durante todo o período das obras.
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Além do ganho ambiental, a obra busca atender ao crescimento populacional das cidades atendidas. “A estação está saturada e hoje não consegue absorver mais nenhum novo usuário. Belo Horizonte e Contagem continuam crescendo, e precisamos dessa expansão para garantir o atendimento futuro”, disse o governador em exercício.
Conforme a Copasa, a expectativa é de geração de 1,2 mil empregos diretos e indiretos durante a execução das obras.
Tratamento mais avançado e controle de odores
Além de ampliar a capacidade, o projeto prevê a modernização tecnológica da ETE Onça. A unidade será a única estação de grande porte no Brasil a operar com tratamento terciário, uma etapa avançada que inclui a remoção de nutrientes como fósforo e nitrogênio e a eliminação de micro-organismos vivos por meio de desinfecção com luz ultravioleta.
Atualmente, a estação opera com tratamento primário e secundário, o que gera incômodos para os moradores da região, como o mau cheiro. “Hoje, o tratamento que temos é de parte de articulação, ou seja, com filtragem e tratamento biológico da água, mas que gera, por exemplo, o cheiro. A população do entorno reclama disso, e agora vamos ter um tratamento mais eficiente, com unidades antiodor”, afirmou.
Impacto ambiental
Segundo Simões, a ampliação terá impacto na qualidade da água do Ribeirão do Onça, afluente do Rio das Velhas. “Vamos entregar ao Velhas uma água mais limpa e mais propícia à vida aquática. Hoje, a água que sai da estação ainda contém nutrientes e micro-organismos que prejudicam a fauna. Com a nova estrutura, a qualidade melhora de forma considerável”, afirmou Simões.
Ele destacou que a melhoria vai beneficiar comunidades ribeirinhas ao longo de todo o curso do Rio das Velhas, que segue até o Espírito Santo.
O projeto prevê também o monitoramento em tempo real do processo de tratamento, com vários parâmetros sendo acompanhados em uma sala de controle com visão do processo, telas e supervisório modernos, além de monitores distribuídos ao longo da ETE.
ETE Onça
Inaugurada em 2006 e expandida em 2010, a ETE Onça atualmente é a segunda maior do Estado de Minas Gerais e atende 51% da população de Belo Horizonte e 55% dos moradores de Contagem. Com a ampliação, a estação vai se tornar a maior do Estado, superando a unidade Arrudas.