A Justiça manteve preso preventivamente o caminhoneiro Arilton Bastos Alves, acusado de causar o acidente que matou 39 pessoas na BR-116, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (25 de junho), durante a audiência de instrução realizada no Fórum Eustáquio Peixoto. A defesa havia pedido a revogação da prisão, mas o pedido foi negado.
Durante a sessão, foram ouvidas testemunhas do acidente, ocorrido em dezembro do ano passado. O caminhoneiro e o empresário dono da transportadora responsável pela carreta ainda não prestaram depoimento. Eles devem ser ouvidos nas próximas audiências, previstas para 14, 15 e 16 de julho.
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As oitivas fazem parte da fase final da instrução do processo. Após essa etapa, caberá à Justiça decidir se os acusados serão levados a júri popular.
O motorista responde por homicídio qualificado, conforme denúncia apresentada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Já o dono da empresa também foi denunciado por falsidade ideológica, entre outros crimes.
A prisão de Arilton Bastos Alves foi decretada em janeiro, após laudos confirmarem o uso de álcool, ecstasy e cocaína. As investigações indicam que a carreta trafegava com excesso de velocidade — a mais de 90 km/h — e transportava blocos de quartzito acima do limite permitido. A Polícia Civil apontou essas irregularidades como causas da tragédia.
A defesa do caminhoneiro nega que ele tenha causado o acidente e afirma que a acusação de homicídio doloso é indevida. Para os advogados, o caso, no máximo, configuraria homicídio culposo na direção de veículo automotor.
Relembre o acidente
O acidente aconteceu em 21 de dezembro de 2024 e envolveu um ônibus interestadual com 45 passageiros, uma carreta e um carro. O ônibus, que saiu de São Paulo com destino à Bahia, pegou fogo após a batida. Além dos 39 mortos, nove pessoas ficaram feridas.