A Polícia Federal (PF) realizou, na manhã desta quinta-feira (26 de junho), uma operação contra suspeitos de integrar uma quadrilha do 'Novo Cangaço' que teria movimentado mais de R$ 50 milhões com a prática de crimes hediondos. Os mandados foram cumpridos em sete cidades de Minas Gerais e de São Paulo.

Ao todo, os agentes cumpriram 18 mandados de prisão temporária, 16 de prisão preventiva e 80 de busca e apreensão, todos expedidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Alfenas. As ordens judiciais foram executadas em diversas cidades do Sul de Minas e do interior de São Paulo: 47 mandados em Poços de Caldas, 15 em Alfenas, três em Andradas, cinco em Campestre, além de quatro em Mogi Guaçu (SP), quatro em Ribeirão Preto (SP) e dois em São João da Boa Vista (SP).

Entre os alvos da ação estão suspeitos de cometer crimes patrimoniais contra instituições financeiras. Por isso, a PF também realiza a coleta de DNA de quatro indivíduos para lançamento na Rede Integrada de Perfis Genéticos (RIBPG) do Ministério da Justiça, o que pode ajudar na identificação e ligação dos suspeitos a outros crimes.

Investigação

Segundo a PF, a investigação, iniciada há cerca de um ano, revelou um esquema criminoso altamente estruturado, responsável por crimes como tráfico de drogas e armas, lavagem de dinheiro, extorsão, receptação, roubo a bancos, furto qualificado e adulteração de veículos.

Durante as apurações, foram realizadas prisões em flagrante nas cidades de Alfenas, Três Pontas, Campestre e Ribeirão Preto (SP). Entre as ações, destaca-se uma operação na zona rural de Altinópolis (SP), onde a PF descobriu e desmantelou um robusto laboratório de processamento de drogas, com a apreensão de insumos e equipamentos usados no preparo de cocaína para comercialização.

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A PF afirma que, apesar da variedade de crimes relacionados à quadrilha, os dados levantados após cada operação demonstram um grupo criminoso com "capilaridade em constante adaptação e com rápida expansão tanto de suas atividades quanto de seu aparelhamento e do patrimônio de seus principais membros".

As investigações também indicaram que a organização movimentou pelo menos R$ 50 milhões em ativos ilícitos, dissimulados especialmente por meio de transações de compra e venda de automóveis usados.

De acordo com a PF, a operação visa não apenas a prisão dos envolvidos, mas também o sufocamento econômico-financeiro da quadrilha, para desestruturar o esquema criminoso na região. Para isso, estão sendo apreendidos e sequestrados valores em contas bancárias, imóveis, veículos — muitos deles de luxo — além de embarcações e outros bens de alto valor utilizados na ocultação do patrimônio.