A Prefeitura de Belo Horizonte vai judicializar a greve dos servidores municipais de educação. O pedido será entregue à justiça nesta sexta-feira (27), dia em que a greve completa 22 dias.

"Entendemos que a greve é um direito dos trabalhadores, mas estamos preocupados com as crianças, com os pais, mães, avós desses alunos que estão sem aula. Por isso, decidimos judicializar a greve", informou o prefeito Álvaro Damião (União Brasil), em coletiva para imprensa nesta manhã. Agora, caberá à justiça decidir os rumos da paralisação.

Outro anúncio feito por Damião foi a abertura de todas as escolas para oferta de alimentos aos alunos.

"A partir deste sábado (28), as escolas vão estar abertas para oferecer café da manhã e almoço, e de segunda a sexta, as quatro refeições. É um direito dos alunos que não pode ser comprometido", disse.

A greve é motivada por um pedido de recomposição salarial. Enquanto os professores pleteeiam 6,27%, a prefeitura oferece 2,49%, referentes aos quatro primeiros meses do ano. A partir de maio do ano que vem, com data base de maio a abril, um novo reajuste será oferecido, com pagamento retroativo da diferença.

Do lado de fora da PBH, um grupo de professores se reúne com faixas e cartazes acusando que o valor oferecido é "sacana demais".

"Eles fazem um cálculo com base no piso nacional, de 40 horas semanais. Mas não existe concurso atualmente de 40 horas. Os servidores são concursados para 22 horas e meia, e muitos fazem jornada dupla para compor o salário. Vale lembrar que o piso não é o teto. O piso é o valor mínimo que deve ser pago na cidade da mais pobre do país, não é o caso de Belo Horizonte", afirma a diretora do Sind-Rede BH, Vanessa Portugal.

Segundo a prefeitura, até o momento, já foram 34 reuniões entre o executivo e a categoria. Todas sem sucesso. Já o Sind-Rede afirma que nem todas foram para discutir a recomposição.

"Na semana que vem, vamos enviar a folha de pagamento e vamos cortar os dias daqueles profissionais que estão parados. Não vamos pagar para quem não está trabalhando, não é justo", garante.

A greve foi aprovada no último dia 5 de junho. O índice, segundo o sindicato, está abaixo do reajuste do Piso Nacional do Magistério para 2025, fixado em 6,27%.