O casal que estava internado em estado grave após consumir uma torta de frango em uma padaria no bairro Serrano, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, recebeu alta. A informação foi confirmada por Jorge Luiz, primo de uma das vítimas e filho de Cleuza Maria de Jesus Dias, de 75 anos, que não resistiu.
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"Eles ainda estão muito abatidos, mas, graças a Deus, já deixaram o hospital e se encontram em casa. Estivemos juntos no dia em que saíram da unidade de saúde", afirmou.
Segundo Jorge, sua prima e o noivo dela eram muito ligados à mãe. "Todos estão abalados por causa do falecimento de minha mãe. Quase todos os fins de semana eles estavam juntos", disse.
A causa da internação do casal, assim como o que provocou a morte de Cleuza, segue sendo investigada.
"Confesso que a ficha ainda não caiu por completo de que minha mãe morreu. Mas temos que tocar o barco no mar da vida. Fácil não é, ainda mais na situação e da forma que foi", desabafou.
Jorge Luiz informou ainda que o resultado da autópsia realizada pela Polícia Civil está sendo aguardado. "Falaram que o prazo é de 60 dias. Quarenta e cinco já se passaram, então temos mais uma quinzena. Seguimos aguardando."
O caso
A idosa e o casal de sobrinhos, de 23 e 24 anos, foram internados em estado grave após consumirem uma torta de frango e empadas vendidas na padaria. Eles começaram a sentir mal-estar no dia 22 de abril, um dia após consumirem os produtos. De acordo com a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), os funcionários da padaria confirmaram que os produtos estavam com a aparência de estragados e devolveram o dinheiro para os clientes.
Para os militares, o proprietário do estabelecimento informou que os alimentos teriam sido feitos no sábado, 19 de abril. Os produtos foram preparados por um padeiro que teria sido contratado como freelancer, mas com o qual ele não mantinha contato direto. O padeiro foi ouvido pela Polícia Civil, mas foi liberado. Na ocasião, ele informou, inclusive, que teria levado uma torta para casa e que ninguém se sentiu mal.
Exames descartam botulismo
Uma das linhas de investigação das autoridades apontava para a possibilidade de botulismo — doença bacteriana grave causada pela ação de uma potente toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. Entretanto, exames feitos a pedido do governo de Minas Gerais descartaram a possibi lidade.
Amostras clínicas dos pacientes e dos alimentos suspeitos foram encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz (IAL), laboratório de referência nacional para botulismo, no bairro nobre do Morumbi, em São Paulo. Os resultados para essa doença foram negativos.