A família da menina de 12 anos que estava grávida e faleceu nesse domingo (13 de julho), no Centro Materno-Infantil (CMI), por complicações gestacionais, está em choque e informou que não sabia da gravidez. A adolescente morava com os pais, os irmãos, os tios e os primos no Conjunto Habitacional José Gomes de Castro. Eles pertencem à tribo Guaral e residem no local há cerca de um ano. A menina deu entrada no CMI na sexta-feira (11 de julho) e, devido ao seu estado grave, precisou ser submetida a um parto de emergência, segundo nota emitida pela prefeitura. O bebê sobreviveu e segue internado na unidade de saúde.

A reportagem esteve na ocupação nesta segunda (14 de julho) e conversou com um dos tios da menina, Andy Jesus Tovar. De acordo com ele, a família descobriu que a adolescente estava grávida somente após ela começar a passar mal, o que aconteceu na última quinta (10 de julho). Segundo o tio, a menina reclamava de fortes dores de cabeça e passou o dia inteiro deitada, sem se alimentar.

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Preocupada com o estado da filha, a mãe a levou à Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro, onde recebeu atendimento e foi liberada. A família decidiu então fazer um teste de gravidez na farmácia, e o resultado apontou que ela estava grávida - ela tinha 32 semanas de gestação. Ainda segundo relatos da família, no dia seguinte, os sintomas pioraram, e a menina começou a apresentar vômitos, quando então foi encaminhada ao CMI pelos familiares. 

De acordo com parentes, um jovem de 22 anos que vive na mesma ocupação seria o possível autor do abuso contra a menina. Quando questionados se sabiam de algum relacionamento entre os dois, os familiares disseram que não tinham conhecimento. O tio da criança contou que, até o momento, a família não conversou com o rapaz nem com seus familiares. No entanto, ele frisou que os parentes não ficarão de braços cruzados: “Temos que pressionar aquele homem, sobre o que ele fez com a menina. Daqui pra frente, nós teremos que acionar a polícia para que ele responda o que fez com a menina”.

Investigação

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou, nesta segunda (14 de julho), que instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias da morte da menina e investigar o crime de estupro de vulnerável, conforme previsto pela legislação brasileira, que considera toda relação sexual envolvendo menor de 14 anos como crime, independentemente do consentimento.

O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) em Betim. O órgão declarou que oportunamente divulgará mais informações a fim de não comprometer as investigações neste momento.

Causa da morte

O atestado de óbito, ao qual a reportagem teve acesso, aponta como causas da morte choque, hemorragia subdural aguda e eclâmpsia.

Velório e enterro

O corpo da menina será velado a partir das 21h desta segunda-feira (14 de julho), em um galpão ao lado da ocupação onde a família reside. O sepultamento está marcado para as 8h desta terça (15 de julho), no Cemitério Parque Jardim da Cachoeira (avenida Amazonas, 5.101, bairro Jardim Cachoeira).