Mesmo com a complexidade que a greve dos professores da educação da rede municipal de Belo Horizonte têm implicado na rotina das famílias dos alunos, muitos pais e mães estão mostrando apoio aos professores.
“Sou mãe de 3 alunos da rede municipal e estou muito preocupada com a inércia da prefeitura. Está nítido o prejuízo que meus filhos e todos os alunos estão experimentando, mas fico impressionada com a falta de noção do prefeito de Belo Horizonte, que poderia usar essa oportunidade a seu favor, fazer história melhorando a educação em BH”, relata a advogada Beatriz Filgueiras.
Faixas de apoio aos professores estão sendo postas em locais da cidade. Na semana passada, uma faixa foi afixada na porta do Centro de Educação Integral (CEI Imaculada Conceição), em apoio à categoria.
Nesta manhã, uma faixa com os dizeres “Famílias dos alunos da rede municipal de educação de Belo Horizonte apoiam a luta dos professores. Valoriza a educação Damião!”, foi vista na rua Bahia, no Centro da cidade, próximo à PBH.
Na última terça-feira (1), outra faixa foi instalada na rua Três Pontas, no bairro Carlos Prates, região Noroeste de BH. “As famílias da EMEI Sabinópolis apoiam os professores em greve! PBH, respeite a educação!”, dizia.
“Como pai, reconheço a luta dos professores e professoras por um reajuste digno e pela valorização da educação e a resiliência em manter a greve mesmo com a falta de diálogo e os ataques da prefeitura à categoria”, disse em apoio o jornalista Filipe Sartoretto, pai de um dos alunos da instituição.
Novos rumos
Nesta quinta-feira (3), a greve dos servidores municipais da educação de Belo Horizonte completa 28 dias. Uma nova assembleia da categoria, prevista para as 14h, pode definir os rumos da paralisação. Na quarta-feira (2), véspera da data, uma reunião de conciliação entre professores e Prefeitura de Belo Horizonte terminou sem acordo.
Nos diálogos com o Executivo, os professores estão pedindo um reajuste de 6,27%, — seguindo o Piso Nacional do Magistério —, enquanto a PBH oferece 2,49%. Na reunião desta semana, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, segundo a categoria, a novidade proposta foi zerar as férias-prêmio e a promessa de incluir o aumento do ano que vem.
Uma das medidas encontradas pela PBH de pressionar o retorno das atividades foi o corte na folha de pagamento daqueles que aderiram ao movimento. Ainda assim, a categoria segue firme na paralisação.
“Vamos ter assembleia mas acredito que a greve vai continuar, porque a maior insatisfação da categoria é o índice de reajuste”, pontuou uma pessoa ligada ao movimento grevista que optou por não se identificar.