Passará por audiência de instrução, nesta quarta-feira (20/8), às 13h30, Welbert de Souza Fagundes, acusado de matar o sargento Roger Dias da Cunha, da Polícia Militar. A sessão será realizada no 2º Tribunal do Júri Sumariante de Belo Horizonte, que fica no bairro Barro Preto, região Centro-Sul da capital mineira. 

Nesta fase do processo, serão ouvidas as testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa — ao todo, dez pessoas foram indicadas. Caso haja tempo, também poderá ocorrer o interrogatório do réu. Welbert participará da audiência por videoconferência, diretamente da Penitenciária de Segurança Máxima de Francisco Sá, onde está preso preventivamente.

O andamento processual foi interrompido por um pedido de avaliação da sanidade mental do acusado. A defesa apresentou um laudo particular alegando insanidade, mas o laudo oficial da perícia da Polícia Civil descartou essa hipótese. A Justiça aceitou a conclusão técnica e homologou o arquivamento dos incidentes relacionados à insanidade — o que permitiu a retomada do processo principal de homicídio.

Na última quinta-feira (14/8), Geovanni Faria de Carvalho — que dirigia o veículo durante a fuga, mas não participou diretamente do assassinato — foi condenado a 13 anos e 7 meses de prisão por quatro tentativas de homicídio contra policiais militares e por atingir um motociclista durante a perseguição. O processo dele foi desmembrado do de Welbert, que agora passa pela fase de instrução.

Relembre o caso

O sargento Roger Dias, de 29 anos, foi baleado à queima-roupa na noite de 5 de janeiro de 2024, durante uma perseguição a dois suspeitos no bairro Novo Aarão Reis, na região Norte de Belo Horizonte. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o militar tenta abordar o suspeito e é surpreendido com disparos na cabeça. O policial chegou a ser socorrido, mas teve morte cerebral confirmada dois dias depois.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, antes do assassinato do sargento, os suspeitos haviam roubado um veículo e fugiam da abordagem policial. Durante a perseguição, o motorista do Fiat Uno, Geovanni Faria de Carvalho, colidiu com uma motocicleta e seguiu em alta velocidade até bater em um poste. Em seguida, ele e Welbert fugiram a pé pelas ruas do bairro.

Minute depois, o sargento Roger localizou Welbert. Segundo a acusação, o suspeito sacou uma arma escondida e atirou contra o militar, que foi atingido na cabeça. Welbert ainda teria efetuado disparos contra outro policial que participava da ação, mas não conseguiu acertá-lo.