O prefeito de Itatiaiuçu, Romer Soares (Cidadania), pediu desculpas pelas críticas que fez à Polícia Militar após a realização de uma blitz da Lei Seca durante a 3ª Festa do Peão do município, no último fim de semana. Em nota, divulgada nesta terça-feira (19/8), o chefe do Executivo municipal afirmou que “errou na forma como se expressou” e disse reconhecer a importância da fiscalização para evitar acidentes provocados pela combinação de álcool e direção.
“Quero ser o primeiro a reconhecer: eu errei na forma como me expressei Em nenhum momento quis desrespeitar a Polícia Militar. Tenho consciência do papel fundamental que a PM exerce em Minas Gerais”, declarou o prefeito, que também ressaltou que a polícia municipal “é parceira, mas não substitui a PM”.
Na mesma nota, Romer destacou dados do balanço da operação, que resultou em oito autuações por teste de bafômetro, nove veículos apreendidos e 50 furtos de celulares registrados durante o evento. “Reafirmo o meu profundo respeito à Polícia Militar e aos policiais que arriscam a vida diariamente para garantir a segurança de todos nós”, acrescentou.
A retratação ocorre dois dias depois de um áudio do prefeito, em tom de revolta, ter sido divulgado nas redes sociais. Na gravação, ele critica a presença do bafômetro na porta do parque de exposições e promete “retaliação”, citando a suspensão de um termo de convênio que cedia um imóvel e uma viatura à PM. “Eu não preciso de PM aqui na minha cidade, não”, diz um trecho do áudio.
Após o episódio, a Polícia Militar confirmou que recebeu o ofício com a rescisão unilateral do convênio e destacou que os militares apenas cumpriram seu dever constitucional.
Na nova manifestação, Romer afirmou que a prefeitura seguirá sendo parceira da PM e que a segurança pública “é prioridade absoluta” na gestão. “O meu compromisso, como prefeito, é com a lei, com a vida e com o bem-estar do povo de Itatiaiuçu”, concluiu.
"Precisamos sentar e conversar"
Em entrevista a O TEMPO, o prefeito Romer Soares já havia se "retratado" pelas críticas em relação à PM. "Eu faço a retratação do áudio que foi vazado, só que nós precisamos nesse momento de sentar e conversar, como parceiros. E, até agora, ninguém da PM me ligou, nem conversou comigo (...) Eu respeito a instituição, e respeito muito. Só que eu peço que a instituição respeite o meu povo", disse o político.
Ainda segundo o prefeito, o áudio teria sido gravado após um grande número de moradores entrar em contato com ele, indignados, por conta da colocação de uma blitz "na porta do Parque de Exposições". "Pegaram oito pessoas no bafômetro, sendo que nenhum foi conduzido. Então, quer dizer, pode ser que pegou as pessoas que tinham bebido um copo de cerveja, e que foi lá, na boa fé, e soprou o bafômetro. Ele não precisava soprar, e fizeram a multa de R$ 3 mil", reclama.
Em outro momento da entrevista, o prefeito chegou a falar que a PM deveria tê-lo avisado que iria fazer a blitz para que ele "avisasse a população". "Nós poderíamos fazer uma nota conjunta falando: 'Pessoal, cuidado com a bebida e o volante, que não dá certo. Sairá uma blitz na entrada e saída do evento'. Que aí, o pessoal ia se conscientizar, ir de Uber, ou de carona. Não precisava me pegar de surpressa, para eu ser crucificado pela minha amada população", concluiu Romer.