Assassino confesso do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, teve escolta especial para o Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na última segunda-feira (18/8). Na ocasião, durante depoimento, ele confessou a participação no crime. 

No dia 14/8 (quinta-feira), a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) foi informada de que o detento havia sido requisitado a prestar depoimento no dia 18/8 (segunda-feira). O diretor-geral do presídio de Caeté, Celso Martins Santos, solicitou apoio ao diretor regional da 3ª Região Integrada de Segurança Pública (RISP), Paulo Alexandre Duarte, para a escolta do preso até Belo Horizonte. As informações constam em documentos obtidos pela reportagem.

O diretor-geral do presídio, no entanto, disse que não poderia realizar a transferência, já que a unidade apresenta baixo efetivo de servidores e, naquele momento, passava por desfalques devido a uma escolta hospitalar desde o dia 4/8 e a uma blitz educativa sobre o Agosto Lilás — que trata do combate à violência contra as mulheres, agendada justamente para o dia 18/8 em Sabará.

Diante da situação, Duarte, diretor da 3ª RISP, precisou pedir o apoio do batalhão especial. A requisição foi feita ao superintendente de segurança prisional, José Fábio Piazza Júnior. “Considerando o solicitado pelo gestor e o baixo número de viaturas e efetivo disponíveis na 3ª Região Integrada de Segurança Pública, solicito apoio ao Comando de Operações Especiais (Cope), considerando o crime de repercussão midiática do réu (investigado) preso, acusado de ter matado o gari no dia 11/08/2025, durante o expediente de coleta de resíduos”, argumentou Duarte.

Pedido de ajuda à Polícia Penal

Em seguida, a demanda foi feita por Gleidson César Costa Tavares, diretor de segurança externa, a Luis Carlos Vieira de Souza, diretor do Cope. O pedido só foi respondido pelo Cope na segunda-feira, dia da escolta. O comando especial disse ter condição de executar a demanda e apenas solicitou informações sobre a existência de "limitações físicas para ser escoltado em viaturas policiais convencionais”.

Na semana passada, ao ser levado para audiência de custódia no bairro Lagoinha, Renê chegou e saiu da Central de Audiências de Custódia (Ceac) em uma viatura comum da Polícia Penal. Na ocasião, ele estava detido no Ceresp Gameleira.

O que é o Cope?

O Comando de Operações Especiais é uma unidade especializada da Polícia Penal ligada à Sejusp e atua em ocorrências de alta complexidade dentro das unidades prisionais. Dentro do Cope, existem dois grupos: o Grupamento Tático de Escolta (GTE) e o Grupamento de Operações Especiais (GOT). O primeiro é responsável pelos traslados terrestres ou aéreos, tanto intermunicipais quanto interestaduais, e o segundo pelas intervenções com o objetivo de manutenção da ordem nas unidades prisionais.

As atribuições e a estrutura do Cope estão descritas no Regulamento e Normas de Procedimentos do Sistema Prisional de Minas Gerais (ReNP). Nas disposições gerais do ReNP, o artigo 61 chama a atenção para uma das principais exigências para os integrantes do Cope: “estar de sobreaviso a qualquer hora do dia ou da noite, dado o caráter essencial do serviço prestado junto ao Sistema Prisional”.