A Corregedoria da Polícia Civil pediu, à Justiça, acesso às provas do inquérito policial envolvendo Renê da Silva Nogueira Júnior, assassino confesso do gari Laudemir de Souza Fernandes. A corporação deseja, especificamente, as conversas entre o empresário e a esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino.
O pedido ocorre no prazo final do inquérito, que deve ser concluído até o próximo domingo (31/8). Já a investigação da Corregedoria tem prazo maior, já que a delegada não está presa, o que permite uma apuração de até 30 dias conforme o Código de Processo Penal (CPP), podendo ser prorrogado quando o fato for de difícil elucidação.
As conversas desejadas pela Corregedoria não tinham sido juntadas ao inquérito até o começo desta semana. Os diálogos foram obtidos através da perícia nos celulares de ambos. A delegada Ana Paula Lamego Balbino está afastada das funções desde o dia 13. Ela alegou abalo psicológico e teve o afastamento de 60 dias determinado pelo Hospital da Polícia Civil.
A Corregedoria apura a conduta da delegada no homicídio do gari, já que a arma usada no crime era de uso pessoal dela. Em depoimento, o assassino confesso disse que pegou a arma sem que a mulher soubesse. O carro usado no homicídio também está em nome da delegada.
Nessa terça-feira (26/8), a Polícia Civil informou à reportagem que seguia em tramitação com a Corregedoria-Geral da instituição o inquérito policial e o procedimento administrativo instaurados para apurar com rigor e transparência todos os elementos que envolvem a eventual conduta praticada pela delegada. Nenhum detalhe da investigação foi repassado. Desde o início do caso, a reportagem tenta contato com a delegada, mas sem sucesso.