A Polícia Civil de Minas Gerais cumpriu, na manhã desta quarta-feira (27/8), sete mandados de prisão em diferentes cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte e do interior do estado. Os alvos são investigados por envolvimento com o tráfico interestadual e internacional de drogas. Parte dos suspeitos tem ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), enquanto outros atuavam de dentro de presídios. Além dos detidos, outras quatro pessoas seguem foragidas.
"Estamos desde dezembro de 2024, quando houve a prisão de uma mulher com cinco quilos de pasta base de cocaína, investigando essa quadrilha. Com a prisão, durante uma viagem de São Paulo a BH, conseguimos apreender diferentes e importantes matérias que nos ajudaram a chegar aos outros envolvidos", detalhou o delegado chefe da operação, Davi Moraes.
Dentre os alvos, consta um homem de Pirapora (no Vale do Jequitinhonha), um em Juiz de Fora (na Zona da Mata), outro em Esmeraldas (na grande BH), um no presídio Nelson Hungria e outro no presídio de Dutra Ladeira. Um dos alvos já havia sido morto em um confronto com a Polícia Militar, em 8 de agosto deste ano.
Em Belo Horizonte, um homem de 43 anos também foi preso nesta quarta-feira (27/08). Ele foi detido no bairro Providência, na região Norte da capital. Na casa dele, a PC aprendeu um veículo Pegeout Partner, um jetski, que estava dentro da piscina, além de documentos e celular. "Ele (o preso) aparece nas investigações como receptor, comprador, revendedor e transportador. Tem papel ativo na organização", completou Moraes.
Ligação com facção e lavagem de dinheiro
Segundo a investigação, a quadrilha é especializada na venda de entorpecentes em larga escala, atuando de forma independente com estrutura própria. Até o momento, a operação conseguiu desarticular rotas do tráfico entre São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e o Paraguai, além de identificar indivíduos de várias cidades atuando no tráfico e quebrar núcleos de distribuição.
Com isso, houve a redução da oferta de drogas, armas e outros recursos ilícitos na Região Metropolitana e golpe na estrutura financeira das facções criminosas. Ainda de acordo com as investigações, para lavar o dinheiro dos crimes, o grupo realizava transações via Pix, apostas online, contas em nome de laranjas e uso de documentos falsos para visitas a presídios.
"Não é um braço do PCC em Minas, o que ocorre é um acordo de logística e parceria para transporte e venda das drogas", finalizou. A operação reúne cerca de 100 agentes.
Todos material apreendido será encaminhado ao Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc). Há previsão de que a operação tenha novas fases, mas o delegado preferiu não dar detalhes para não comprometer a investigação.