Cinco crianças assassinadas por envenenamento em um intervalo de 15 anos. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) confirmou nesta quinta-feira (7/8) a prisão de Gisele Oliveira, de 40 anos, suspeita de matar os próprios filhos - com idades de 10 meses e 3 anos - na cidade de Timóteo, no Vale do Aço. Na lista de “Procurados” da Interpol - polícia internacional - desde julho deste ano, ela foi detida na cidade de Coimbra, em Portugal, na última terça-feira (5/8) para onde fugiu e vivia com o marido há cerca de dois meses.
De acordo com a Polícia Civil, entre 2008 e 2023, Gisele teria matado as crianças e ainda tentado matar outro filho e o marido, em crimes com as mesmas características. Ela começou a ser investigada após a morte do último bebê, quando uma tia da criança morta, ao levá-la ao hospital, informou que outros irmãos haviam morrido em circunstâncias parecidas, e então a Polícia Civil foi acionada.
As investigações apontam que Gisele teria agido da mesma maneira para matar as crianças, utilizando-se de venenos e tranquilizantes. “Ela ministrava sedativos, como Neocid e Fenobarbital, para depois asfixiar os filhos”, afirma a delegada Valdimara Teixeira de Paula Fernandes, da Delegacia de Homicídios de Timóteo, responsável pelo caso. “Uma das crianças foi encontrada com uma fralda na boca e a outra com o rosto virado pro sofá”, completou.
Cinco crianças foram assassinadas por envenenamento em um intervalo de 15 anos. A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou nesta quinta (7) a prisão de uma mulher de 40 anos, suspeita de matar os próprios filhos - com idades de 10 meses e 3 anos - na cidade de Timóteo, no Vale do… pic.twitter.com/OGtqAzVeV0
— O Tempo (@otempo) August 7, 2025
Histórico
De acordo com a delegada, em 2008, Gisele teria tentado envenenar um dos filhos que sobreviveu. Dois anos depois, outras duas crianças morreram em um intervalo de 32 dias. O caso chegou a ser investigado, mas, conforme Valdimara, não havia muitos detalhes nos depoimentos colhidos na época e não ficou configurada a materialidade do crime.
Em 2019, em um intervalo de três meses, outros dois filhos da suspeita morreram. “As autoridades não tiveram acesso a essas mortes na época. Não foi registrado boletim de ocorrência”, explicou a delegada.
Conforme Valdimara, em 2022, o marido de Gisele também foi hospitalizado com sintomas de intoxicação por sedativos, mas ninguém suspeitou do caso. Somente em 2023, com a morte da quinta criança, as investigações foram retomadas. Porém, a mulher logo conseguiu fugir para Portugal.
"Após tantos anos de diligências e depoimentos colhidos, a Polícia Civil conseguiu comprovar a materialidade dos delitos e apontar a autoria dela (Gisele). Foram dezenas de diligências e depoimentos", afirmou a delegada, ao ressaltar a dificuldade de conseguir reunir as provas.
Deportação
Antes de ser deportada para o Brasil, Gisele será ouvida no Tribunal da Relação de Coimbra, e a prisão tramitara entre o Poder Judiciário e o Ministério da Justiça brasileiros. Chegando ao Brasil, Gisele será intimada a prestar depoimento para que a Polícia Civil consiga concluir o inquérito e decidir por quais crimes ela será indiciada
De acordo com a Polícia Civil, os indícios são de que a suspeita responda por cinco homicídios consumados e duas tentativas de homicídio.