Quatro pessoas prestaram depoimentos à Polícia Civil na tarde desta segunda-feira (10) sobre o inquérito que investiga a síndrome nefroneural provocada pelas cervejas da marca Backer.
Ao todo, 28 pessoas já foram ouvidas pelos investigadores. Entre elas, uma mulher de 43 anos, que é esposa de uma das vítimas. O marido dela, de 49, está internado em estado grave e a família alega não ter recebido assistência da empresa.
"Queria que a empresa tivesse interesse pela vida dele. Não é só mais um, é uma pessoa, com família. Quero que eles tenham um pouco de humanidade. Minha filha, de 8 anos, pergunta pelo pai e eu não sei o que dizer", afirma.
Segundo a mulher, que preferiu não se identificar para que a filha não tivesse detalhes sobre o estado de saúde do pai, o homem está com sintomas desde o início de dezembro.
"Primeiro foi a vista turva, dor de estômago, cólicas renais. Agora ele está em coma a cerca de 18 dias. Só um milagre de Deus", relatou.
Atualmente há 34 casos em investigação e não há prazo para o fim do inquérito. Nesta terça-feira (11) uma pessoa será ouvida. Amostras recolhidas nas cervejaria e na empresa que vendia a substância monoetilenoglicol estão sendo analisadas pelos peritos do Instituto de Criminalista.
Sequelas
O aposentado Geraldo Lopes Dia, 67, também foi à delegacia acompanhar a mulher na oitiva. Ele precisou ser internado depois de consumir a bebida e sofrer com os efeitos da intoxicação.
"Fiquei dez dias internado, estou melhor, mas minha visita está turva, sinto tonteiras ainda. Pelo menos estou vivo", afirmou.
Resposta
A reportagem entrou em contato com a Backer, mas, até o momento, a empresa não se manifestou.