O SERTÃO VAI VIRAR MAR

Acostumada com a seca, Rio Pardo de Minas enfrenta estragos da chuva

Em cinco dias de forte chuva três pontes de acesso ao município caíram, diversas casas e estabelecimentos comerciais foram alagados, os rios inundaram e invadiram a cidade e comunidades rurais ficaram ilhadas e sem acesso a energia elétrica ou abastecimento de água

Por JULIANA BAETA
Publicado em 28 de novembro de 2013 | 20:43
 
 
 
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A próxima cidade mineira a decretar estado de calamidade pública por causa dos estragos causados pela chuva pode ser Rio Pardo de Minas, no Norte de Minas. Após 40 anos de luta contra a seca, a cidade foi tomada pelas chuvas há cinco dias, e teve os principais rios inundados. Muitas pessoas estão ilhadas e sem qualquer tipo de comunicação.

Uma ponte que dá acesso à cidade caiu no domingo (24), quando as chuvas começaram a cair no município e, nesta quinta-feira (28), outras duas pontes caíram. Desta forma, o principal acesso à cidade, feito pela estrada de Mato Verde está interditado. No momento, a única alternativa para chegar à Rio Pardo de Minas é a estrada de Taiobeiras.

O prefeito da cidade, Jovelino Pinheiro Costa, informou que a cidade já estava em estado de emergência por causa da seca. "São anos lutando contra a seca, obviamente não estávamos preparados para uma chuva como essa. A cidade virou um mar", informou. Segundo ele, o principal motivo dos estragos é que as chuvas incidiram principalmente sobre as cabeceiras - parte do rio mais próxima à nascente - dos rios Pardo e Preto, os principais da cidade, que inundaram e invadiram o município.

"Os prejuízos são incalculáveis , os animais que sobreviveram à seca, agora estão sendo levados pela força das águas", disse o prefeito. Um balanço parcial da Defesa Civil dá conta de que os distritos mais atingidos são Serra Nova, onde está o Parque Estadual da Serra Nova, e o Sobrado, além do bairro JK localizado às margens do Rio Pardo.

Além disso, também foram registradas a queda de uma casa na beira do rio Pardo, pelo menos oito estabelecimentos comerciais que foram completamente inundados e ainda não foi possível contabilizar o número de casas alagadas. O nível da água nos imóveis inundados ultrapassa um metro e meio de profundidade. 

Ainda de acordo com o prefeito, a maior parte da população vive na zona rural, e muitos habitantes estão sem eletricidade e sem o abastecimento de água. Muitos produtores rurais do município também estão ilhados. "Os bombeiros irão atuar com barcos", disse o prefeito. No entanto, ainda não foi possível o uso de um helicóptero para o resgate por causa da chuva e dos locais de difícil acesso.

O prefeito irá decretar estado de calamidade pública assim que tiver em mãos o levantamento completo dos estragos e das famílias afetadas. Mas segundo ele, até a noite desta quinta-feira, não houve registro de mortes por causa da chuva.

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