Furto mediante lavagem de dinheiro

Aluno da UFOP suspeito de desviar R$ 500 mil de república é indiciado por furto

O inquérito foi concluído pela Polícia Civil de Minas Gerais e encaminhado ao Poder Judiciário, que não se manifestou sobre o andamento do processo

Por Rayllan Oliveira
Publicado em 26 de abril de 2024 | 11:24
 
 
 
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O estudante da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), suspeito de desviar R$ 500 mil de uma república estudantil da cidade, foi indiciado pelo crime de furto mediante lavagem de dinheiro. O inquérito foi concluído pela Polícia Civil de Minas Gerais e encaminhado ao Poder Judiciário. Em março do ano passado, uma notícia-crime foi enviada para o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e para a UFOP denunciando que ele teria desviado recursos do caixa da Associação República Partenon, que reunia cerca de 60 pessoas.

Por meio de nota, a Vara Criminal de Ouro Preto informou que ainda "não existe ação penal em desfavor do estudante" e afirmou que o caso "está em tramitação direta entre a Delegacia  de Ouro Preto e o Ministério Público". Procurado pela reportagem, o MPMG ainda não se manifestou.

A defesa do estudante disse que está ciente do indiciamento e que vai aguardar a análise do inquérito pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Os advogados do estudante também reforçaram que "o investigado, assim como no começo do inquérito, continua à disposição das autoridades".   

A denúncia

Segundo os moradores da república, eles tiveram conhecimento dos desvios após uma reunião com o representante do estudante, em março do ano passado. Conforme o grupo, o representante do suspeito teria dito que ele havia identificado um rombo de R$ 17 mil nas contas da associação.

Ainda conforme os moradores, o representante alegou que o estudante teria feito investimentos em renda variável e jogos de apostas online para tentar recuperar o valor, mas não conseguiu retorno. 

A defesa negou a versão contada pelos moradores da república. "O contato foi realizado para entendimento conjunto da situação, encontro este em que não foi especificada a natureza das operações bancárias. Primeiro, porque ainda eram desconhecidas pelos advogados e pela associação e, segundo, porque somente seriam totalmente avaliadas no curso das investigações", disse.

Movimentação

Os estudantes contaram para a reportagem de O TEMPO que as transferências começaram a se intensificar com a proximidade do Carnaval. Segundo eles, os moradores da república organizaram festas, e o suspeito aproveitou da ocasião para retirar o dinheiro da conta.

O suspeito, à época com 25 anos, ocupava o cargo de tesoureiro da república. Ele vivia no local há seis anos, e era um dos residentes mais antigos. Em dezembro de 2021, o estudante havia sido selecionado para administrar a conta bancária da associação. 

Prejuízos

O valor que teria sido desviado começou a ser arrecadado desde a fundação da república, há mais de 20 anos. Ele seria utilizado para a compra de um imóvel próprio. Os moradores da associação chegaram a assinar um contrato de compra e venda de imóvel. 

Defesa

Na ocasião, a defesa do estudante informou que iria se manifestar "no momento oportuno". Os advogados justificaram que o estudante estava sob tratamento médico, "mas à completa disposição das autoridades e dos membros da associação para esclarecer a situação e demonstrar a verdade acerca dos fatos, conforme já repassado em oportunidades pretéritas".

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