Sul de Minas

Após liberar visitas em Monte Verde, prefeito diz que não esperava feriado em SP

Em entrevista à rádio Super, gestor afirmou que documento para receber turistas estava pronto há mais 15 dias; comércios que não respeitarem normas poderão ter alvarás cassados

Por CAROLINA CAETANO
Publicado em 21 de maio de 2020 | 17:28
 
 
 
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Após a publicação de um decreto em que autoriza visitas de turistas a Monte Verde, no Sul de Minas, o prefeito de Camanducaia, responsável pela localidade, afirmou em entrevista à Rádio Super, nesta quinta-feira (21), que não esperava o decreto de São Paulo (SP) com um "feriadão" justamente quando as "portas" do distrito foram abertas para visitantes. Segundo Edmar Cassalho Moreira Dias  (MDB), o decreto de Monte Verde estava pronto há 15 dias, e, caso as normas não sejam cumpridas, poderá ser revogado na próxima semana.

"É uma situação muita nova para todo mundo (em relação à pandemia do Coronavírus), a gente tenta analisar os dados com o máximo de competência possível, tentando enxergar o problema com toda a sua dimensão. Já havíamos preparado esse decreto há mais de 15 dias, não esperávamos por esse decreto recente do governador (João) Dória, no começo da semana, decretando esse feriado de São Paulo - que começou quarta-feira (20) e pode durar até terça (26). Ficou uma situação um pouco difícil aqui no Sul de Minas, estamos muito próximos de São Paulo", explicou o prefeito de Camanducaia.

Para que turistas possam ficar em Monte Verde, uma série de medidas foram impostas. Para começar, não será permitido que visitantes passem apenas o dia no distrito. É necessário comprovar hospedagem em hotéis ou pousadas da localidade. Na entrada do destino turístico foram montadas barreiras sanitárias, em que há aferição de temperatura e orientações. "Se a pessoa apresentar algum sintoma, uma febre alta, será encaminhada para nossa unidade de saúde ou hospital, será orientada e vamos pedir ao turista que ele volte para a cidade de origem", detalhou Dias.

Máscaras e toque de recolher 

O prefeito ainda afirmou que o uso da máscara é obrigatório para moradores e turistas. Além disso, o distrito tem toque de recolher entre meia-noite e 6h. "Nós estamos conscientizando a população em relação ao uso de máscara. As pessoas não são multadas pela falta dela, mas orientamos da importância. O toque de recolher nós implantamos há mais tempo e continua valendo. Entre meia-noite e 6h, a circulação é permitida em caso de necessidade", explicou Dias.

Estabelecimentos poderão ser multados caso descumpram regras

Para que possam funcionar, pousadas e hotéis de Monte Verde podem operar com até 30% da capacidade. Caso a medida seja descumprida, eles podem ser multados. 

"Primeiro vamos passar e orientar. No outro dia, se o hotel ou a pousada não tiver readequado, ele pode ter o alvará suspenso por cinco dias, ser multado ou até mesmo ter o alvará cassado. Em relação aos outros estabelecimentos, como restaurantes e lanchonetes, não colocamos número máximo de clientes, mas é necessário manter o distanciamento de, no minímo, dois metros entre as mesas. Nada será servido nos balcões, não terá self-service e não será permitido que os clientes juntem as mesas", afirmou o gestor.

Alta temporada

De maio a agosto é considerada a alta temporada em Monte Verde, que chega a receber, em média, 500 mil visitantes durante o período. Neste ano, no entanto, o número será muito menor.

"É uma situação difícil. Nos preocupa a questão do emprego das pessoas, a diminuição da arrecadação dos comércios. Vamos trabalhar de forma gradual, com toda segurança, e, se Deus quiser, em breve vamos sair dessa situação que o mundo inteiro se encontra", finalizou o prefeito. 

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