Em estado de greve há uma semana, trabalhadores do metrô de Belo Horizonte vão se reunir nesta quarta-feira (7 de fevereiro) para definir se vão paralisar as atividades durante o Carnaval. A categoria alega falta de diálogo com a empresa MetrôBH, que administra o transporte, sobre exigências apresentadas pelos metroviários para atender com qualidade e segurança os usuários durante o Carnaval de 2024. A reunião está marcada para acontecer a partir das 17h30, na Estação Central, no centro da capital. Caso os trabalhadores votem pela paralisação, esse pode ser o segundo ano consecutivo que o sistema não funcionará durante a folia.
A possibilidade de greve dos metroviários foi anunciada na última semana. A categoria alega que o sistema não tem condições de funcionamentos adequados para atender com segurança os cerca de 5,5 milhões de foliões que devem circular pela capital durante os quatro dias da folia. “Procuramos então o Ministério Público do Trabalho, que convocou o sindicato e a MetrôBH para uma reunião de mediação com o objetivo de definir as condições de funcionamento do metrô durante o carnaval. Novamente, a empresa ignorou a gravidade deste assunto, e não compareceu na mediação”, informou o diretor do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro), Pedro Vieira.
Segundo o diretor, não houve diálogo com a empresa. “Na assembleia de quinta da semana passada dissemos que não há condição de trabalhar e todo mundo viu os problemas nas estações no domingo. Nós, que trabalhamos há décadas na empresa, conhecemos o sistema e o que está se desenhando para o Carnaval é uma catástrofe com possibilidade real de vítimas no metrô”, afirma.
A categoria vai se reunir para deliberar sobre uma possível greve no Carnaval. Caso a paralisação seja aprovada, este seria o segundo ano consecutivo que os foliões não teriam disponível o sistema de transporte durante a folia. Em 2023, as estações ficaram fechadas durante o feriado prolongado. A categoria não cumpriu a determinação de escala mínima de 70%, estabelecida em reunião com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), empresa que comandava o sistema à época.
O movimento do último ano era contra os valores envolvidos na concessão do modal à iniciativa privada, durante leilão em dezembro de 2022, quando o metrô de BH foi arrematado por R$ 25.755.111 pela empresa paulista Comporte Participações S/A. A categoria também cobrava medidas como a realocação dos funcionários em outras unidades da CBTU.
O que diz a MetrôBH?
Em nota, a MetrôBH afirmou que, ao longo dos últimos dois meses, constituiu uma Comissão Interna Multidisciplinar voltada para o estudo, análise e planejamento estratégico da operação Carnaval 2024, além do monitoramento e fiscalização da sua implementação. "Nossas ações serão implantadas em diversas frentes e já estão em andamento", disse. Veja as ações:
- O app Bipay também possibilita aos usuários o acesso ao sistema de acompanhamento das viagens, permitindo melhor planejamento com a visualização da previsibilidade dos trens.
- O metrô vai oferecer à população um programa horário especial de Carnaval, com uma oferta maior de trens em todo o período.