Julgamento

Backer: defesa de mestre cervejeiro diz que acusado ‘não tem nada com os fatos'

Advogado Antônio Neto ressaltou que o profissional não era ligado ao parque industrial da empresa

Por Juliana Siqueira
Publicado em 20 de março de 2023 | 18:31
 
 
 
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Em entrevista nesta segunda-feira (20), primeiro dia dos depoimentos de testemunhas de defesa do caso Backer no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, o advogado Antônio Neto afirmou que o mestre cervejeiro que atuava na empresa na época, Christian Brandt, “não tem nada com os fatos”.  Ao todo, dez vítimas morreram ao ingerirem a cerveja da marca, a Belorizontina, e mais de 20 teriam apresentado problemas de saúde. O caso começou a ser investigado em 2020. Os depoimentos das testemunhas de acusação foram colhidos em maio do ano passado.

Conforme Neto destacou, Brandt iniciou o trabalho na cervejaria em maio de 2019, pouco antes de acontecer a contaminação. “Meu cliente não tem nada com esses fatos. Ele não era pessoa ligada ao parque industrial da empresa. Ele era um mestre cervejeiro, autor de receitas, e premiadas por sinal”, disse ele.

Neto ressaltou que o processo está se desenrolando, que a defesa falará por último e que, portanto, ainda não deu a sua versão. “O juiz quem vai julgar. As testemunhas estão mostrando um novo caminho para o juiz”, afirmou.

Esta é a segunda fase do processo sobre o caso Backer. Na terceira, será realizado o interrogatório dos réus, ainda sem data definida.

Relembre

O caso começou a ser investigado em 2020. Os depoimentos das testemunhas de acusação foram colhidos em maio do ano passado.

As apurações confirmaram que as substâncias monoetilenoglicol e dietilenoglicol atingiram litros de cerveja ainda em processo de fermentação. 

Segundo a investigação, vazamentos em equipamentos e o uso de substâncias tóxicas que não deveriam ser empregadas causaram a contaminação de diversos lotes de diferentes tipos de cerveja produzidos pela empresa.

A primeira testemunha a ser ouvida no julgamento do caso Backer, em maio do ano passado, foi um engenheiro agrônomo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), cujo nome não foi divulgado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

Já quando houve a primeira morte, destacou ele, foi determinada a suspensão da comercialização da cerveja. Os produtos, então, foram investigados para identificação das causas da contaminação.

O profissional destacou os passos percorridos desde que ocorreu a contaminação da cerveja da marca. De acordo com a testemunha, assim que foi identificado que a cerveja era o elemento comum entre os casos de pessoas intoxicadas, o órgão compareceu ao supermercado para determinar o recolhimento das bebidas.

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