BALANÇO

Bares e hotéis esperam receber 1 milhão de turistas no Carnaval em BH

Previsão ocorre mesmo com desfiles de blocos suspensos em BH; setor cobra diálogo com a prefeitura

Por Simon Nascimento
Publicado em 16 de dezembro de 2021 | 17:39
 
 
 
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Mesmo com o veto do prefeito Alexandre Kalil (PSD) aos desfiles de blocos e escolas de samba no Carnaval de 2022 em Belo Horizonte, o setor de hotelaria, bares e restaurantes estima que a capital mineira pode receber até 1 milhão de turistas. A previsão foi anunciada nesta quinta-feira (16), em entrevista coletiva, pelo presidente do Sindicato dos Hoteís, Moteís, Bares e Restaurantes de BH e Região Metropolitana (SindiHBares), Paulo César Pedrosa. 

Segundo o sindicato, o setor poderia receber até 4 milhões de pessoas, como já ocorreu em anos anteriores. “Não podemos fechar as portas para o turista e perder esse patamar que o Carnaval de BH conseguiu atingir, de ser um dos três melhores do Brasil”, comentou Paulo César. Ele ainda destacou que o sindicato está à disposição de blocos e escolas de samba para a realização de atividades no Carnaval. “Os bares, restaurantes, botecos, hotéis estarão todos funcionando para fornecer ao folião espaços para tomar cerveja, para um tira gosto”.

Apesar da previsão, o presidente do sindicato alegou que a entidade ainda não foi chamada para diálogo junto à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para ações durante os dias reservados para a folia no calendário. Sobre isso, a reportagem de OTempo questionou a PBH, por meio da Belotur, que é responsável pela organização do Carnaval.

O órgão informou que o diálogo sobre o Carnaval de 2022 foi realizado com representantes dos setores turísticos em reunião do Conselho Municipal de Turismo de Belo Horizonte. "Na ocasião, se ressaltou que a PBH segue as indicações do Comitê de Enfrentamento à Covid-19, que recomenda que a Prefeitura não patrocine a festa e desaconselhou a população a participar de eventos que possam implicar em grandes aglomerações públicas de pessoas", disse em nota.  

A Belotur ainda salientou que, no Carnaval de 2020, BH rfecebeu 221 mil turistas, segundo pesquisa do Observatório do Turismo de Belo Horizonte. 

Suspensão

Na semana passada, o secretário municipal de Saúde de BH, Jackson Machado, já havia informado que as incertezas da pandemia motivaram a decisão de BH não apoiar a realização de eventos públicos durante a festa de Momo. No entanto, a cidade receberá eventos particulares. As cidades históricas de Minas Gerais também optaram pela suspensão da folia.

Resultados 

Durante a coletiva, Pedrosa destacou que dezembro de 2021 está sendo o melhor para o setor de hotelaria em Belo Horizonte dos últimos 20 anos. A taxa de ocupação dos estabelecimentos, atualmente, está em torno de 80%, enquanto a média histórica para o mês é de 60% a 65%. Nas duas primeiras semanas de dezembro deste ano os hotéis da capital mineira e de Betim, Contagem e Nova Lima tiveram lotação máxima. 

Outro resultado comemorado pelo setor é um desempenho, no segundo semestre deste ano, superior ao alcançado nos últimos seis meses de 2019. O faturamento, segundo Pedrosa, foi 20% mais elevado do que há dois anos atrás. Além disso, em 2021, a taxa de ocupação média de julho a dezembro deve finalizar o ano acima de 70%. Em 2019, o índice alcançado foi em torno de 65%. 

“É uma recuperação do setor. Estávamos otimistas, principalmente quando houve a vacinação em massa, notamos esse crescimento do setor, muito pelo bom desempenho do setor de lazer”, comentou Pedrosa.  Apesar do resultado, 14 estabelecimentos ainda não abriram as portas para receber os visitantes, após o período de fechamento em função da Covid-19. O saldo de geração de empregos também está abaixo das vagas perdidas durante a pandemia. 

Foram feitas 3 mil contratações neste ano, contra 18 mil demissões desde 2020. Os cargos com maior ocupação foram de garçom, copeiros, recepção, faxina e cozinha. A previsão do sindicato é de que o primeiro semestre de 2022 também seja positivo para o setor. “Acreditamos que até junho nós recuperamos todo o saldo negativo que o setor teve na pandemia, aliás o setor mais prejudicado”, opinou Pedrosa. 

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