Na Pampulha

Barraqueiros do Mineirão vão ao MP pedir suspensão da licitação

O grupo teme que os barraqueiros mais antigos com 20 ou 30 anos de trabalho não consigam voltar a trabalhar, por causa da nova licitação

Por Natália Oliveira
Publicado em 10 de agosto de 2015 | 15:50
 
 
 
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Os barraqueiros do Mineirão vão pedir ao Ministério Público e à Defensoria Pública de Minas Gerais a suspensão da licitação da feira do estádio. O grupo teme que os barraqueiros mais antigos - com 20 ou 30 anos de trabalho - não consigam voltar a trabalhar. Os barraqueiros tiveram que deixar o local por causa da reforma do Mineirão, em 2010.

“Da forma como foi feita a licitação abre precedente para quem nunca trabalhou na feira trabalhar e deixar de fora quem está na feira há anos. Nós queremos que quem já estava lá, tenha prioridade”, afirmou Ernani Francisco Pereira, presidente da Associação de Barraqueiros da Área Externa do Mineirão (Abaem).

A associação reclama ainda do local onde os barraqueiros vão ficar nas avenidas das Palmeiras, avenida C, esquina com Abrahão Caram, avenida Carlos Luz, na esquina com Coronel Oscar Paschoal, e na esquina da Carlos Luz com a Praça Alfredo Camarate. Segundo Pereira, esses locais não agrada os moradores da região, que preferiam que as barracas ficassem na Esplanada do Mineirão.

“Nós já conversamos com a associação de moradores da região para que a gente consiga melhorar isso juntos. Não está certo essa ser uma luta só dos barraqueiros, vamos falar também com torcedores”, afirma o presidente da Abaem.

O presidente da Associação Pró-Civita da Pampulha, Flávio Melo, afirmou que eles são a favor dos barraqueiros, no entanto considera que seria melhor para eles e para os moradores que as barracas ficassem dentro da Esplanada no Mineirão. "No lugar que eles vão ficar pode gerar muita confusão em dias de jogos e ser ruim inclusive para eles", afirmou Melo. 

O resumo da licitação saiu no último sábado (8) e o edital já está publicado no site. Serão 96 barraqueiros no entorno do estádio em quatro pontos, além de banheiros químicos e liceiras. A previsão é que as barracas voltem funcionar em dois meses.

O secretário de Administração Regional Pampulha, José Geraldo Prado, explicou que no caso de espaço público é necessária que seja feita uma licitação com oportunidade iguai. “Por mais que reconheçamos a história e importância dos barraqueiros mais antigos não podemos privilegia-los por questões legislativas. A legislação brasileira diz que se é no espaço público temos que distribuir as barracas por licitação e com oportunidades iguais para todos”, afirma Prado.

Segundo ele, a prefeitura chegou a pedir a Minas Arena para que os barraqueiro ficassem na esplanada, porém não tiveram resposta. “Para que os barraqueiros não ficassem sem trabalhar, nós optamos por coloca-los nas ruas do entorno do Mineirão. Até o momento não chegou a regional reclamação dos moradores em relação ao local das barracas”, conclui o secretário.

As propostas para as barracas devem ser feitas na regional entre os dias 17 e 21 de agosto das 9h às 16h. Além disso, a licitação deve ser renovada a cada 5 anos.

Protesto. Neste domingo (9), durante o jogo do Cruzeiro, os barraqueiros colocaram faixas em protesto contra o edital.

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