CINEMATOGRÁFICO

BH Shopping: seguranças estavam perdidos, diz cliente que ficou preso em loja

Rapaz relatou que joalheira roubada foi destruída e vitrines de relógios de R$ 100 mil estavam vazias

Por Anderson Rocha
Publicado em 07 de maio de 2022 | 16:27
 
 
 
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Despreparo e falta de comunicação. Foi assim que o analista de cybersegurança Lucas Nery, de 21 anos, resumiu o trabalho da segurança do BH Shopping, durante e após o assalto a uma joalheira, neste sábado (7). Nery contou que foi autorizado a entrar no estabelecimento, mas encontrou o mall em situação caótica. Ele e outros consumidores precisaram se esconder no estoque de uma loja.

"Fui comprar um terno para um casamento. Logo que cheguei no estacionamento, por volta das 13h, percebi uma movimentação estranha. O quarto piso estava fechado. Pensei que pudesse ser devido ao Dia das Mães. Estacionei no subsolo, e vi que algumas lojas estavam fechadas. Procurei um segurança, que me informou que havia ocorrido um tumulto, mas que já estava tranquilo", relatou Lucas.

Escondidos no estoque

Segundo ele, o funcionário informou que ele poderia fazer as compras "normalmente". No entanto, após adentrar pelo estabelecimento, ele notou novamente um movimento diferente dos visitantes. "Percebemos uma correria insana. Tinha crianças, pessoas idosas. Havia lojas abaixando as portas rapidamente. Nisso, entramos em um comércio de meias. Fomos orientados a nos escondermos no estoque, um lugar apertado. Ficamos lá 45 minutos", lembrou.

De lá, segundo o analista de cybersegurança, era possível ver algumas ações que ocorriam nos arredores da joalheira. Ninguém se mexia. As primeiras informações sobre o que, de fato, estava ocorrendo chegaram pela imprensa. "A primeira coisa que pensei foi em ligar para minha família e informar que eu estava bem", relatou. 

Relógios de R$ 100 mil

Após quase uma hora no local, os clientes notaram que pessoas de outros estabelecimentos começaram a sair das lojas. Ele e o amigo saíram. Curiosos, decidiram subir até o quarto andar, para ver o que tinha ocorrido com a joalheira Manoel Bernardes. Lá, eles encontraram diversos policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar.

Além disso, os espaços onde ficavam relógios entre R$ 90 mil e R$ 109 mil, da marca Rolex, estavam vazios. "A loja estava toda destruída. Havia homens do BOPE conversando com alguém que parecia ser o gerente do comércio. Em seguida, uma outra equipe, toda camuflada, e com armamento de grosso calibre, nos mandou sair do mall com urgência", disse.

Seguranças rendidos

Lucas lembrou que, enquanto caminhava até o estacionamento, ouviu pessoas comentando que os seguranças do shopping tinham sido rendidos pelos criminosos. "Não presenciei, mas foi o que chegou pra gente", afirmou. Ele contou, ainda, que estava saindo de carro quando ouviu funcionárias de uma loja de maquiagem perguntarem à PM se os suspeitos já haviam sido detidos. "E disseram que não", completou.

Maior medo

"Esse foi o momento de maior apreensão. Houve erro total de comunicação. Já tinhamos saído da loja de meias, perguntei a um seguranaça, que me falou que estava tudo tranquilo, que já poderíamos comprar novamente. Mas, na prática, os suspeitos não estavam detidos ainda. Pra mim, foi uma cena de filme. Tive medo de ser pego como refém. Apesar de tudo, o trabalho da PM foi tranquilo, me senti seguro", declarou a O Tempo, por telefone.

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