Mobilidade

BH terá esquema de controle similar ao da Copa para 2015

Centro de Operações vai planejar e atuar 24 horas por dia no atendimento a acidentes e eventos

Por Luciene Câmara
Publicado em 21 de outubro de 2014 | 04:00
 
 
 
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Durante a Copa do Mundo, a população viu a cidade funcionar de maneira sincronizada. Policiais, agentes de trânsito, socorristas e demais profissionais envolvidos aprenderam, nos mínimos detalhes, cada passo da operação, programada para que tudo ocorresse no horário marcado e com segurança. Foi só terminar o evento para essa organização também acabar. Agora, a proposta da administração municipal é trazer de volta essa realidade do Mundial a partir do funcionamento pleno do Centro de Operações da Prefeitura de Belo Horizonte (COP), previsto para o ano que vem.


A unidade fica localizada ao lado da sede da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), no Buritis, na região Oeste da capital. Embora tenha sido inaugurada pouco antes do Mundial, o modelo de atuação integrada ainda está em construção e deve ser concluído até o fim deste ano. É o que espera o brigadeiro aposentado da Aeronáutica José Alves Candez Neto, que – a convite do prefeito Marcio Lacerda – veio do Rio de Janeiro para ser diretor do COP.

Na última quinta-feira, ele conduziu a reportagem em uma visita ao centro e, durante duas horas, apresentou o projeto de controle integrado. Candez disse que não seguiu uma receita pronta, pois esse formato de trabalho é novo no mundo – segundo ele, apenas a capital carioca e Madri, na Espanha, têm modelos similares.

Em Minas, o mais próximo que já se alcançou foi o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Administrativa, que atuou pela primeira vez na Copa e continuará articulando pontualmente eventos de impacto estadual. Belo Horizonte tinha também, antes do COP, o Centro de Controle Operacional (CCO), na sede da BHTrans, mas focado só em trânsito.

Proposta. Já o COP funcionará 24 horas por dia e fará a gestão não só do trânsito, mas dos principais serviços prestados durante eventos programados e também inesperados, como acidentes, enchentes, manifestações e ocupações urbanas. A ideia é que os órgãos ganhem em produtividade e minimizem os impactos causados por esses acontecimentos na vida das pessoas. “Para cada situação, seja uma Virada Cultural ou a queda de um viaduto, haverá uma linha de ação. Dessa forma, começaremos a trabalhar mais na prevenção do que na reação e teremos uma pronta resposta muito maior do que a atual”, afirmou Candez.

O diretor pretende reunir ao menos 29 órgãos no centro de operações . Como a participação de cada instituição é estratégica, porém voluntária, ele tem feito uma série de reuniões para convencer cada uma delas da importância do projeto. Até agora, sete já aderiram, e 11 estão em tratativa. O COP não vai se envolver quando o fato demandar a atuação de só um órgão, mas sim quando um tiver que interagir com outro.

‘Quero tornar a cidade inteligente’

Com 38 anos de experiência como piloto de caça e chefe de centros de controle e defesa do tráfego aéreo, José Alves Candez Neto quer que o Centro de Operações da Prefeitura de Belo Horizonte (COP) seja referência para o mundo. “Chegaremos ao ponto em que vamos nos transformar em cidade inteligente e diminuir o tempo de resposta no atendimento à população. Só de colocar as pessoas aqui reunidas, já ganhamos. Antes, estavam todos em seus centros isolados”, disse.

‘É preciso ter protocolos de ação’

Engenheiros em transportes questionaram a demora na implantação do COP. “Precisamos, com urgência, criar protolocos para tomadas de decisões rápidas”, disse Márcio Aguiar, professor da Fumec. Nesta segunda O TEMPO mostrou que a capital tem uma resposta tímida para acidentes e outros episódios de médio e grande porte, como protestos, o que acarreta grandes congestionamentos. O próprio COP teve atrasos na inauguração – era para 2013, passou para maio e depois junho de 2014.

Saiba mais

Comunicação. Os profissionais do COP terão rádios de comunicação para contato com as equipes nas ruas. Quando um grande evento ou incidente ocorrer, será adotada uma mesma frequência de rádio para todos os envolvidos.

Parceiros. Lideranças comunitárias serão cadastradas como parceiras do COP. A ideia é criar um aplicativo de celular para a troca de informações.

Monitoramento. O COP tem acesso, em tempo real, às imagens de cerca de 700 câmeras (incluindo as do Move e outras da BHTrans e da Guarda Municipal). A ideia é ampliar essa captação, com imagens do Olho Vivo. Também haverá profissionais para levantar indicadores do trânsito.

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