O biólogo Gabriel Coutinho, proprietário de um sítio na cidade de Nova Lima, no distrito de Macacos na região metropolitana de Belo Horizonte, se reuniu há dez dias com os moradores para falar sobre o risco eminente das barragens B3 e B4. Convidada, a Vale não compareceu.
De acordo com Coutinho, a reunião foi em decorrência do rompimento em Brumadinho e o alerta em Barão de Cocais e Itatiaiuçu, “fizemos uma reunião com os moradores e convidamos a empresa Vale para participar de uma forma informativa para explicar como está a situação das barragens na região e a mineradora mais uma vez não esteve presente nem mandou representante ou sequer uma nota.”
Com documento protocolado no Conselho Regional de Biologia os moradores pediram avaliação técnica preliminar sobre os impactos da barragem no local, ações emergenciais de curto e médio prazo, treinamentos para casos emergenciais e relatórios condizentes.
Para os moradores da região o caos foi instalado e no local permanecem os sentimentos de preocupação, medo e insegurança. A região que sobrevive do turismo natural e da gastronomia foi fortemente afetada após o alarme da sirene como relata o biólogo “A barragem não rompeu, mas o dano financeiro já aconteceu, pois a cidade de Macacos jamais será a mesma depois da sirene, você tem coragem de voltar aqui para comer num restaurante, ou frequentar uma cachoeira, ou dormir em uma pousada sabendo da barragem?”
A população segue com o medo instalado, não sabendo como será o dia de amanhã e como irão recuperar a economia depois do acontecido.