A manhã deste sábado (27 de abril), em Belo Horizonte, foi marcada pela conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Promovida pelo Grupo Conexão Mães Neuro Atípica, a Blitz TEA está em cinco pontos da capital mineira e é uma das atividades desenvolvidas no “Abril Azul”, data estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Rita de Cássia Ferreira Souza é presidente do movimento idealizador da Blitz e fala sobre a importância da iniciativa. “O que nos motiva estar aqui é trazer para BH a importância da causa autista, desmistificar o autismo para as pessoas, levar conhecimento e acolhimento”.
As pessoas precisam entender o autismo, porque ele é uma condição do neurodesenvolvimento. O autismo não é uma doença, como as pessoas pensam. O autismo não tem cura, como as pessoas falam. O autismo precisa ser abraçado, porque as pessoas autistas têm sentimentos”, complementa.
Um dos pontos da Blitz é a Praça Sete, mas os membros do grupo se espalharam por outros locais: avenidas Pedro I, dos Andradas e Cristiano Machado, além do Hotel Ouro Minas. Quem passa pela via pública acolheu a iniciativa, conforme ponderou Rita.
“Já nos deparamos com famílias atípicas. Todas as pessoas têm e os motoristas têm nos acolhido. Estão abrindo os vidros dos carros, falando conosco, e eu acredito que essa é a importância. Muita gente não conhecia o autismo, mas a partir de hoje, com certeza, nós estamos mudando a história de BH, porque as pessoas vão poder falar que sabem o que é o autismo”.
Arthur Gerhardt David, de 33 anos, participou da Blitz. Ele teve diagnóstico de autismo descoberto enquanto criança e, hoje, fez questão de estar ajudando a conscientizar as pessoas. “É muito importante aprender sobre o autismo. Nós somos todos iguais. Há muito o que se aprender com nós, autistas”.
A professora aposentada Sandra Medeiros, de 62, é a mãe do Arthur, e destaca a necessidade de se combater o preconceito que ainda existe. “Até hoje observamos certa dificuldade das pessoas em acolher os autistas. É preciso que todos tenham entendimento e conscientização. Para nós, mães, a dor é enorme quando vemos nossos filhos sendo atacados. Dói no fundo da alma. É triste ver o filho ser maltratado, ignorado nos lugares onde vai”.
O mês de conscientização Abril Azul foi estabelecido pela ONU com o objetivo de reconhecer os desafios enfrentados pelas pessoas com TEA, suas habilidades, contribuições e necessidades específicas.
A data de 2 de abril foi reconhecida, em 2007, para ampliar a compreensão e promover a inclusão dessas pessoas. No Brasil, a data foi instituída em 2018.