Em alerta

Bombeiros fazem nova vistoria após risco de rompimento de barragem em Florestal

Famílias foram evacuadas de imóveis no distrito de Gameleira

Por Carolina Caetano
Publicado em 18 de fevereiro de 2020 | 10:24
 
 
 
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Uma equipe do Corpo de Bombeiros, com o apoio da Polícia Militar Ambiental, realizou, na manhã desta terça-feira (18), vistorias em represas de Florestal, na região metropolitana de Belo Horizonte, após o risco de rompimento de uma barragem de água.

Ao menos 20 pessoas precisaram sair de imóveis no distrito de Gameleira de forma preventiva. 

"Com a chuva de domingo para segunda houve um excesso de água, e uma enchente afetou algumas casas e passagens da vila. O que nos preocupa são os açudes que foram construídos, que têm um potencial representativo. Com a chuva, o nível das represas subiu, o que fez com que aumentasse o risco de rompimento principalmente se continuar chovendo", explicou o prefeito Otoni Alves.  

A represa com o risco iminente fica na Fazenda Onori, onde existem outras cinco represas que são vistoriadas nesta manhã. O proprietário da fazenda preferiu não conversar com a reportagem.

"Ontem nós estivemos lá e tiramos, a princípio, quatro famílias que foram atingidas por causa da chuva. Depois da vistoria do Corpo de Bombeiros e do engenheiro fizemos um trabalho preventivo e desalojamos mais seis famílias. Alguns foram para casas de parentes. Outros para um hotel próximo. Algumas famílias voltaram para a área mesmo sem a recomendação da prefeitura", disse o secretário de assistência social, Roberson Morato.

Rastro de destruição após chuva

O pequeno distrito de Gameleira foi castigado pela chuva dos últimos dias. Na entrada da comunidade, o córrego transbordou, postes foram danificados e casas invadidas pela lama. 

O muro da casa da professora aposentada Maria da Conceição Vieira, de 51 anos, caiu. Ela, o marido e os filhos estão fora do imóvel. 

"Saímos no fim de janeiro por causa da chuva. Agora, com o risco de rompimento, acho que não voltamos mais. A casa ficou cheia de lama. A gente tem medo desse rompimento. Bens materiais a gente recupera, mas não tem como recuperar vidas", disse. 

A família do trabalhador autônomo Thiago Cristian Ferreira da Silva também precisou deixar o imóvel em que mora. 

"Eu trabalho com barbearia e marcenaria e tive prejuízos, perdi meus materiais de trabalho. Na madrugada de segunda choveu bastante. Em questão de 15 minutos a água estava dando no pescoço. Se não fosse Deus, a minha cunhada e meus sobrinhos tinham morrido. Eu consegui ajudar para que eles saíssem de casa. Agora estou morando na casa da minha sogra", explicou.

Segundo ele, não é a primeira vez que a água invade os imóveis. "Em 2011 nós perdemos muita coisa também. Eu me emociono porque é a minha vida, perdi o meu trabalho em que tiro o sustento da minha família. Me emociono, mas glorifico muito a Deus pela vida da minha família. Eu quero correr atrás dos meus direitos", disse.

Resultado da vistoria

Após vistoria no local, as autoridades responsáveis chegaram a conclusão que o risco de rompimento de barragem foi reduzido.

“O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil vistoriaram seis barragens da mesma propriedade aqui em Florestal nesta terça-feira (18). O risco foi reduzido porque o proprietário dessas barragens abriu o extravasor e a água foi saindo das barragens aos poucos sem causar danos", contou o vice-prefeito de Florestal, Paulo Roberto Passos.

Mesmo assim o Igam e a Defesa Civil Estadual solicitaram que o dono das terras apresente um relatório propondo soluções para essas estruturas. "Eu não sei precisar quanto tempo ele tem para entregar esse relatório”, explicou Passos.
 
Sobre as famílias que moram em área de risco o dirigente diz que a prefeitura está tomando as medidas cabíveis. “Ao todo, dez famílias foram retiradas. Três delas tiveram suas casas invadidas pelas enchentes e as outras sete poderiam ser afetadas caso as barragens se rompessem. Todos foram abrigados em casas de parentes. Outros dois moradores não quiseram deixar suas casas e nós vamos tomar medidas judiciais para que eles saiam”, detalhou o vice-prefeito.

Procurada pela reportagem de O TEMPO, a Defesa Civil Estadual informou que uma equipe do órgão está a caminho do órgão. 

Esta matéria foi atualizada às 16h53.  

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