Lágrimas, aplausos e silêncio. Sete dias após a tragédia que marcou o país, em Brumadinho, os helicópteros do Corpo de Bombeiros arremessaram pétalas de rosas nas áreas atingidas pela barragem da Vale, que rompeu e deixou um rastro de destruição. Na terra tomada pela lama, uma cruz foi afixada e as bandeiras do Brasil e de Minas Gerais foram hasteadas.

Exatamente às 12h28, momento em que pelo menos 350 pessoas foram soterrados pela lama no último dia 25, bombeiros, policiais civil e militar, defensores civis, voluntários, jornalistas e moradores de Brumadinho, pela primeira vez em uma semana, pararam por cerca de uma hora.

A cerimônia de homenagem começou com uma celebração ecumênica no Córrego de Feijão, uma das comunidades atingidas pela tragédia. Ao som de “Senhor, Eu Sei que Tu Me Sondas”, um padre pediu que Deus recebesse as vítimas da tragédia no céu e clamou por conforto aos que ficam. “E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também”, disse o religioso, citando uma fala de Jesus em João, um dos livros mais famosos da Bíblia. Em seguida, o padre iniciou a oração do Pai Nosso, sendo acompanhado por quem estava presente.

Posicionados, militares dos bombeiros e da polícia além de policiais civis e defensores civis, atenderam ao comando do tenente, bateram continência e observaram em silêncio o momento em que as bandeiras do Estado e do país foram hasteadas. Em seguida, em silêncio, dez helicópteros sobrevoaram a área atingida arremessando as pétalas de rosas que foram doadas por moradores de Belo Horizonte, Brumadinho e região na manhã desta sexta-feira.

Após o sobrevoo das aeronaves, os militares se reuniram em mais uma oração e pediram uma salva de palmas para as vítimas e seus familiares, sendo acompanhados por todos que observavam a cerimônia.