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Cabeça d'água: como se proteger do fenômeno que deixou 3 mortos em Guapé

Pai, mãe e filha estavam em uma cachoeira quando o volume da água do rio subiu e acabou arrastando a família; os corpos deles foram retirados pelos bombeiros

Por Lara Alves e Shirley Pacelli
Publicado em 02 de janeiro de 2020 | 11:48
 
 
 
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O aumento repentino no volume das águas no complexo de cachoeiras do Parque Ecológico do Paredão, em Guapé, no Sul de Minas, apos um intenso temporal causou a morte de três pessoas – pai, mãe e filha, uma adolescente de 17 anos – na tarde dessa quarta-feira (1°). Imagens gravadas por visitantes registraram os momentos de terror vividos durante o fenômeno conhecido como cabeça d'água, que acontece justamente quando uma forte chuva na cabeceira do rio leva à formação de uma enxurrada que segue curso abaixo, aumentando em poucos minutos o nível da água. 

Vítimas de tragédia em Guapé, pai, mãe e filha viajaram para curtir o feriado

Um grupo de banhistas acabou ilhado na região e precisou esperar que as águas se tornassem menos intensas para serem retirados de lá. Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Defesa Civil de Minas Gerais e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) se uniram em uma força-tarefa tanto para resgatar os três corpos quanto apoiar o socorro e o atendimento às pessoas que lá estavam.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

ENXURRADA MATA TRÊS PESSOAS DA MESMA FAMÍLIA EM CACHOEIRA NO SUL DE MINAS Leia mais detalhes na matéria clicando no link da bio.

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Ainda na manhã desta quinta-feira (2), bombeiros de Varginha, Boa Esperança e Piumhi retornaram ao parque estadual para mais uma varredura à procura de banhistas que pudessem ter desaparecido. "As equipes que ali estiveram finalizaram já os trabalhos e retornaram ao posto de comando. Não há indícios de pessoas desaparecidas, permanecendo então a informação anterior de três vítimas fatais", explicou o major Mauro, à frente da ocorrência. 

Entenda o fenômeno

Durante as férias escolares, entre os meses de dezembro e janeiro, muitos mineiros procuram cachoeiras e rios para se refrescar das altas temperaturas, típicas desse período do ano. O problema é que esse período é também o mais arriscado à formação de cabeças d'água devido o maior volume de chuvas. Segundo o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, numa cabeça d'água, 50 cm de lâmina de água consegue carregar até uma caçamba de lixo de meia tonelada. 

Embora o fenômeno seja repentino, há de dois a três minutos para se observar alguns indícios e sair do local antes de a enxurrada chegar. “Se a correnteza começa a ficar mais rápida e a trazer muitas folhas e galhos, indica que está descendo um grande volume de água. Vale olhar a movimentação dos animais também. As aves fogem da chuva da cabeceira e voam no sentido contrário. Além disso, observe o aumento do nível de água”, explica o tenente.

De acordo com ele, para evitar o problema, é recomendável ficar mais próximo à nascente do rio: “é menor a possibilidade de acontecer a cabeça-d’água”, explica. “Na hipótese de ser surpreendido, procure proteção para só depois continuar o percurso. As pessoas que tentam atravessar a correnteza acabam não conseguindo”, completa. O ideal é buscar um lugar mais alto, longe do rio, e esperar a enxurrada passar.

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