Estupro

Candidato a deputado nas últimas eleições é preso por estupro em Caeté

Gilson Pereira de Souza, 49, foi preso suspeito de estuprar pelo menos quatro rapazes com idades entre 12 e 17 anos em troca de dinheiro.

Por Mariana Nogueira
Publicado em 09 de abril de 2019 | 18:48
 
 
 
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Candidato a deputado estadual, a vereador e organizador de eventos beneficentes. Embora mantenha um extenso currículo de bom cidadão, o vendedor e político Gilson Pereira de Souza, 49, foi preso no fim de março pela Polícia Civil em Caeté, na região metropolitana, suspeito de estuprar pelo menos quatro rapazes menores de idade. Jovens entre 12 e 17 anos, as vítimas eram assediadas durante eventos beneficentes e recebiam entre R$ 30 e R$ 50 para dormirem com o político.

As investigações contra Souza começaram em 2018, ano em que ele foi candidato a deputado estadual pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), perdendo com a soma de 133 votos. Em 2015, contudo, ele já havia sido indiciado pelo estupro de um rapaz de 14 anos, em Sabará, também na região metropolitana, mas o processo ainda está em curso. Segundo a Polícia Civil, Souza, que também se identifica como revendedor de produtos importados, aliciava os meninos do seu bairro, em Caeté. “Procurava vizinhos, ganhava a confiança e oferecia o dinheiro. Há boatos que ele usava os eventos com o intuito de se aproximar e abusar dos jovens”, disse o delegado Guilherme Catão.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, não foram realizados exames nas vítimas, uma vez que o político tinha atividade sexual passiva e não chegou a realizar penetração nos rapazes. Ele vai responder por estupro de vulnerável e pode pegar de oito a 15 anos de prisão. Procurado, o PTB Minas disse que não vai se pronunciar sobre o caso.

Ameaças. Além de aliciar os rapazes em troca de sexo, Souza também intimidava as vítimas com o uso de arma de fogo para não ser denunciado. De acordo com a Polícia Civil, ele chegou a ser preso no ano passado por porte ilegal de arma de fogo, mas pagou fiança e responde ao processo em liberdade.

Uma das vítimas do político disse ter sido abusado e ameaçado dos 13 aos 17 anos e relatou ter medo. “Ele estava coagindo as vítimas para não deporem contra ele. A justiça deferiu o mandado de prisão até mesmo para que ele não continuasse atrapalhando o processo”, disse o delegado Guilherme Catão.

Denúncias. Embora quatro rapazes já tenham prestado depoimento, a Polícia Civil suspeita que outras vítimas ainda possam aparecer. O delegado Guilherme Catão fez o apelo. “Se alguma vítima tiver sido de alguma forma abusada sexualmente por Gilson, que procure a Polícia Civil e o Ministério Público para que a gente possa solidificar esse fato criminoso”, disse. As denúncias são anônimas.

 

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