O Carnaval de Belo Horizonte recebeu 4,3 milhões de foliões durante os 23 dias do período oficial da folia em 2019, 13% a mais que no ano passado. O número de turistas na capital também subiu: foram 204 mil, 18% superior ao de 2018. A festa recebeu nota 8,8 dos visitantes e 8,5 dos moradores. Os dados constam em balanço divulgado nesta terça-feira (12) pela prefeitura da capital.

“As avaliações mostram, de alguma forma, que as melhorias vêm acontecendo, e não serão medidos esforços para isso, mas o banheiro químico talvez seja um desafio a ser melhorado”, afirmou o presidente da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), Gilberto Castro, ao ser questionado sobre o que pode ser aperfeiçoado na festa em 2020 – a cidade teve 15 mil banheiros químicos. “Já avançou muito neste ano, nós conseguimos aumentar o número de banheiros químicos fixos. Recebemos uma série de críticas positivas em relação a isso, mas ainda recebemos muita crítica negativa”, acrescentou.

A expectativa inicial da PBH, com base nos dois últimos crescimentos de público, era a cidade ter 4,6 milhões de foliões. Segundo Castro, apesar do número inferior ao previsto, a alta ainda é significativa – em 2018, foram 3,8 milhões de foliões. “Não sei a que se deve esse aumento menor. Nosso esforço de fato não é ser o maior, então esse não é um dado que nós entendemos como negativo. A gente trabalha muito no intuito de melhorias”, disse.

O Carnaval ajudou a movimentar a economia: em média, os visitantes participaram de quatro dias da folia e tiveram gasto total de R$ 718,32. Já os moradores desembolsaram, em média, R$ 294,20 durante todos os dias do evento. A taxa média de ocupação na rede hoteleira foi de 66,82%.

Na avaliação do poder público, o transporte coletivo e os bolsões de interdição na área central, nos locais de cortejo dos blocos, funcionaram bem, mas a informação sobre os fechamentos poderia ter sido melhor. “A questão da comunicação nós podemos melhorar”, pontuou a diretora de Ação Regional e Operação da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), Deusuite Matos de Assis. Segundo ela, os bolsões que tiveram mais problemas foram o do hipercentro e o da Savassi.

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), avaliou que o público é o grande responsável pelo sucesso do Carnaval na cidade e prometeu tentar estudar e minimizar os problemas vistos: “Queremos para o ano que vem uma festa maior ainda”.

Violência

Os crimes violentos caíram 40,8% em BH neste Carnaval frente à folia de 2018 – de 1.087 para 644, segundo a Polícia Militar. O número de homicídios diminuiu 15%, de 20 para 17; o de roubos, 41%, de 1.032 para 605; e o de estupros, 25%, de 8 para 6.

Os dados incluem casos registrados em qualquer circunstância, e não apenas diretamente ligados à folia. “O clima de Carnaval impregna a cidade como um todo. Eventos, festas e comemorações acontecem em toda o município, não tem como fazer um recorte específico”, disse o coronel Anderson de Oliveira, comandante do policiamento da capital.

Ele acrescentou que a praça da Estação, palco de episódios violentos durante a folia, teve policiamento reforçado. Foi lá que uma mulher morreu em 5 de março, aparentemente estrangulada, uma das três mortes noticiadas por O TEMPO entre domingo de Carnaval e Quarta-Feira de Cinzas. As outras foram de um jovem no bairro Castelo (3.3) e de um adolescente encontrado na avenida Afonso Pena (6.3).