Uma carreta desgovernada tombou sobre 10 casas às margens do Anel Rodoviário na Vila da Luz, na região Nordeste de Belo Horizonte, na madrugada desta quarta-feira (13). Segundo o Corpo de Bombeiros, três pessoas foram socorridas a hospitais, dentre elas duas crianças e um homem que ficou soterrado.
De acordo com a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), a carreta estava carregada de insumos de ração e o motorista teria perdido o controle após um pneu estourar. Nove casas foram atingidas e a Defesa Civil de Belo Horizonte está no local para avaliar os danos estruturais.
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— BR381 Informações ™️🇧🇷 (@Br381_urgente) July 13, 2022
Duas crianças feridas foram socorridas e um homem ficou soterrado
O Centro de Operações da Prefeitura informou que duas crianças estão entre os feridos, mas sem gravidade. Uma menina de 11 anos foi socorrida para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, e um menino de oito anos foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte.
Um homem de 44 anos ficou soterrado e foi socorrido ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII. Outros moradores da vila também ficaram feridos, mas recusaram atendimento médico ou foram socorridos por meios próprios. Por causa disso, o número total de pessoas feridas no acidente é impreciso.
O trânsito está completamente fechado no sentido Vitória para atendimento da ocorrência.
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Vinte cinco pessoas foram afetadas pelo acidente
Das dez casas atingidas na Vila da Luz, 26 pessoas foram afetadas pela destruição. O morador Sandro dos Santos Silva, de 55 anos, ficou com um corte na testa, mas recusou atendimento médico por ter ficado preocupado com seus pertences na sua residência.
"A minha esposa passa bem. Só eu que machuquei mas não quis descer com o SAMU, devido a ter que cuidar das minhas coisas aqui. Porque se eu perco o que eu já não tenho. Se eu deixo aqui, os outros vão invadir e podem pegar. Eu tenho carrinho de picolé aqui. Deve estar aí debaixo estragado aí quebrado não sei como é que está", relata o morador.
Silva também contou sobre como foi a batida. "Esse acidente aí aconteceu 3h da madrugada. A gente estava dormindo eu acordei com a pedra batendo na minha cabeça. Eu acordei comecei a acudir a minha esposa que estava ao meu lado e me deparei com algumas coisas caindo lá dentro de casa. Quando eu saí que eu fui ver essa tragédia", conta Silva.
A salgadeira Ivone Silva Antônio, de 55 anos, estava em casa, que também fica às margens da rodovia, no momento do acidente. Ela contou que familiares dela se feriram. "Meu filho, minha nora e meus três netos ficaram feridos. O vizinho que também está internado, está pior. Meu neto de um ano saiu do hospital, mas não está muito bom não", contou.
Ivone disse que o susto com o acidente foi grande. "Para mim foi um terror. Eu estou abalada até agora. Achei que eu tinha perdido meus cinco filhos. Aí eu não sei nem como falar não, tem nem como", concluiu.
Mulher que teve casa atingida por carreta viu a mãe morrer atropelada no mesmo local
A salgadeira perdeu a mãe atropelada em frente à casa dela, no mesmo local onde a carreta tombou. "Eu perdi minha mãe atropelada em frente ao meu portão. Todo dia, quando eu saio de casa, eu vejo ela do mesmo jeito. Fazem sete anos que isso aconteceu. Os órgãos públicos não pensam na gente não. Carreta sai de lá de cima desgovernada e não é a primeira carreta que cai aqui. Não é o primeiro caminhão. Aqui é horrível, acho que os órgãos públicos deveriam olhar para a gente aqui. Pessoal aqui sofre muito. Já teve proposta de desapropriação. Já tirou morador aqui e depois eles voltaram. Quase metade das pessoas foram indenizadas e voltaram para cá. Nós estamos esquecidos. Tira uns e deixa os outros ai", enfatizou.
Moradores reclamam de retirada de radar
Os moradores do local reclamam de condições precárias e da falta de radar. "Viver aqui às margens do Anel é um perigo constante. Quando tinha radar o caminhão vinha reduzindo, a placa informava 60 quilômetros. Os caminhões não passavam aqui na favela acima de 60 quilômetros. Depois que tirou o radar começaram essas tragédias", relata Sandro Silva.